Francisco destaca que «ganha relevância» o tema «A coragem de dizer eu», do encontro do movimento «Comunhão e Libertação»
Cidade do Vaticano, 19 ago 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou que “’reiniciar’ é a palavra de ordem”, observando que a sociedade tem “necessidade vital de pessoas que sejam presenças responsáveis”, numa mensagem ao ‘Meeting de Rimini’, do Movimento ‘Comunhão e Libertação’, que começa esta sexta-feira.
“Depois do que vivemos neste tempo, talvez seja mais evidente para todos que precisamente a pessoa é o ponto a partir do qual tudo pode recomeçar. Certamente existe a necessidade de encontrar recursos e meios para colocar em movimento a sociedade, mas, antes, há a necessidade de alguém que tenha a coragem de dizer ‘eu’ com responsabilidade e não com egoísmo, comunicando com a própria vida para que é possível começar o dia com esperança confiável”, lê-se na mensagem ao bispo de Rimini (Itália), D. Francesco Lambiasi.
O ‘Meeting de Rimini’ tem como tema ‘A coragem de dizer eu’, o que, para Francisco, “ganha relevância” no momento em que se trata de “recomeçar com o pé direito, para não desperdiçar a oportunidade” proporcionada pela crise pandémica.
Na mensagem, enviado hoje à Agência ECCLESIA, o Papa explica que “a coragem de dizer eu” vem graças ao fenómeno chamado encontro, “desde o dia em que se fez carne e veio habitar entre nós, Deus deu ao homem a oportunidade de sair do medo e de encontrar a energia do bem seguindo seu Filho, morro e ressuscitado”.
“A razão profunda da coragem do cristão é Cristo. O Senhor Ressuscitado é a nossa segurança, que nos faz experimentar uma paz profunda mesmo em meio às tempestades da vida”, acrescenta, no texto assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.
O Papa afirma que “‘reiniciar’ é a palavra de ordem” mas isso não acontece automaticamente, porque “em cada iniciativa humana está envolvida a liberdade” e assinala que “a coragem de arriscar é antes de tudo um ato de liberdade”, cintando Bento XVI, na encíclica ‘Spe Salvi’.
A pandemia do novo coronavírus Covid-19 impôs um distanciamento físico, mas, ao mesmo tempo “recolocou no centro a pessoa, o eu de cada um”, provocando em muitos casos um despertar das perguntas fundamentais sobre “o sentido da existência e sobre a utilidade de viver, que por longo tempo estavam latentes, ou mesmo censuradas”.
“Suscitou também o sentido de uma responsabilidade pessoal, muitos testemunharam isso em diferentes situações. Diante da doença e da dor, diante do surgimento de uma necessidade, muitas pessoas não se esquivaram e disseram: ‘Eis-me aqui’”, acrescentou.
Neste contexto, o Papa destaca que a sociedade tem uma “necessidade vital de pessoas que sejam presenças responsáveis” e alerta que sem pessoa não há sociedade mas “um agregado casual de seres que não sabem porque estão juntos”, e o único agregador seria “o egoísmo do cálculo e do interesse particular”.
Francisco deseja que os organizadores e convidados “deem um testemunho vivo”, durante a semana do encontro, e lembra que a alegria do Evangelho “infunde a audácia de percorrer novos caminhos”, na mensagem publicada online pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Com o tema ‘A coragem de dizer eu’, do Diário do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard, o Meeting de Rimini 2021 começa esta sexta-feira e termina no próximo dia 25 de agosto, de agosto, na ‘Rimini Fiera’, no nordeste da Itália.
O programa do Encontro pela Amizade entre os Povos é preenchido por debates, concertos, teatro, filmes, , exposições, celebrações, entre outras atividades ligadas a áreas desde a política à economia, da religião à ciência, das questões sociais, culturais e do desporto.
CB