Igreja/Sociedade: Media apresentam-se como «laboratório e mercado da presença» – Monsenhor Dario Viganò

Santuário de Fátima promoveu Jornadas de Comunicação

Foto Agência ECCLESIA

Fátima, 18 abr 2024 (Ecclesia) – Monsenhor Dario Viganò, vice-chanceler da Academia Pontifícia das Ciências e das Ciências Sociais, disse hoje em Fátima que os media se compreendem hoje a partir da categoria da “presença”.

O antigo diretor do Centro Televisivo do Vaticano (CTV) falou dos media como “laboratório e mercado da presença”, na conferência inaugural das Jornadas de Comunicação, promovidas pelo Santuário na Cova da Iria.

O especialista destacou a importância das categorias de “autorrepresentação e narração de si”, no atual cenário mediático, numa conferência intitulada ‘O uso da imagem e a construção do storytelling’.

A intervenção sublinhou que, na atualidade, a comunicação procura os “dados”, numa “viragem algorítmica”, com um novo modelo “relacional”.

“Os media algorítmicos, quando descentram a própria função da comunicação para passar à extração e tratamento dos dados, permitem hoje distanciar-se” de uma ideia “tradicional” de comunicação.

“É possível descobrir o valor da comunicação interpessoal, mais baseada na escuta do que na manifestação de si próprio”, precisou.

Para monsenhor Dario Viganò, as redes sociais permitem formas “ilimitadas” desta presença, num cenário mediático “muito diferente”.

O conferencista convidou a superar a tentação de olhar para o passado de forma “autoconsoladora”, convidando à criação de “modelos alternativos de presença”.

“Devemos abandonar, de alguma forma, a reconstrução do passado, para enfrentar o hoje, o presente”, insistiu.

O antigo diretor do CTV considerou que se vive uma era “pós-medial”, identificando uma “mudança radical” do cenário mediático, após a “convergência” de dois acontecimentos, a “digitalização do sinal” e o “advento das redes”.

O conferencista quis chamar “todos os comunicadores à responsabilidade, ao profissionalismo, que tem a ver com o momento presente”, com um “coração capaz de sugerir beleza e esperança”.

 

‘Comunicar para Construir’ foi o tema das jornadas, que decorrem no Centro Pastoral de Paulo VI.

O encontro, com cerca de uma centena de participantes, incluiu a visita ‘Contar Fátima a partir de 5 objetos do Museu’, dinamizada por Marco Daniel Duarte, diretor do Museu do Santuário de Fátima.

A instituição sublinha que a edição deste ano teve uma componente prática, com quatro oficinas.

Foto: Agência ECCLESIA

A radialista Ana Galvão é responsável pela conferência de encerramento, com o tema ‘A importância da voz na construção das histórias’.

A profissional da Rádio Renascença destacou o papel da voz na perceção do outro e na capacidade de transmitir uma mensagem, com “consciência” do que se quer dizer.

“A voz é uma forma de chegar ao coração das pessoas”, sustentou.

OC

Notícia atualizada às 16h55

 

Media: Há uma «conaturalidade» entre Fátima, a sua mensagem e os meios de comunicação

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