Encontro «3 Milhões de Nós» desafia jovens a construir sociedade mais justa
Lisboa, 06 nov 2021 (Ecclesia) – O encontro «3 Milhões de Nós» afirmou hoje que a “inclusão é possível” e que a integração no mercado de trabalho de pessoas com deficiência é o caminho para “criar impacto e alterar a vida das pessoas”.
“(O facto) de eu trabalhar teve impacto em mim e nos outros. Ao fim de quatro anos tenho colegas que me ligam para ir almoçar e eu tenho de dizer «já tenho planos». Já não tenho de pedir porque já percebem que é normal”, contou Patrícia, funcionária de uma entidade bancária, que partilhou a sua experiência de inclusão no painel «Está nas nossas mãos dar».
Sem nunca ter andado, devido a uma doença muscular, Patrícia necessita de ajuda para se alimentar e desde o primeiro dia conta com essa ajuda entre os colegas de trabalho.
“A diferença é um tabu na vida das pessoas. Involuntariamente estou a conseguir mudar o «chip» das pessoas. Eu percebo que o que é diferente assuste, mas depende de nós mostrar que não é assim tão diferente. É possível integrar pessoas com diversas tarefas e fazer com que a deficiência não seja mau; uma coisa diferente, sim, mas adaptável a todas as situações”, assumiu Patrícia, durante a apresentação partilhada com Inês Oom.
A trabalhar numa entidade bancária, Inês Oom define como seu objetivo “construir uma sociedade mais inclusiva”.
“A inclusão é um longo caminho e temos de reconhecer que nunca vamos estar preparados, mas a caminho. E está nas nossas mãos dar este passo.”, sublinhou.
«Está nas nossas mãos dar» foi o painel da tarde do encontro que decorre na Aula Magna e que quer fazer refletir os jovens para a capacidade de mudança que está nas mãos de cada um.
Daniel Traça, diretor e professor de Economia da Nova SBE desafiou os presentes a encontrar o sue propósito na vida.
“É fundamental ter liberdade, encontrar o espaço para ser verdadeiramente livre. Todos que vos rodeiam têm expetativas mas vocês têm uma enorme responsabilidade de encontrar propósito para vós mesmo”, indicou.
O professor sublinhou ainda que ninguém encontra o propósito da sua vida “nas zonas de conforto” e que também não se faz esse caminho sozinho.
“Ninguém descobre o seu propósito sozinho – não para ouvir expetativas dos outros, mas para ouvir o questionamento que os outros vos fazem”, indicou.
O painel apresentou ainda o testemunho de Martim Ferreira que durante o tempo de pandemia criou o projeto «Vizinho Amigo», com o objetivo de ajudar pessoas em risco com necessidades durante a pandemia.
“Juntámos mais de 7 mil voluntários e alcançámos um milhão de pessoas; com vários parceiros ajudámos mais de quatro mil famílias”, registou.
O painel terminou com a jovem Catarina Barreiros a explicar porque deixou o seu emprego e optou por se dedicar à comunicação para a sustentabilidade, quando “grávida de risco”, em casa, começou a ter noção da quantidade de lixo e desperdício se produzia.
O encontro «3 milhões de nós» que se realiza, este sábado, na Aula Magna em Lisboa, vai centrar as suas reflexões no papel que os jovens têm na construção de uma sociedade mais justa.
“Está nas tuas mãos ir mais além”; “Está nas tuas mãos dar”; “Está nas tuas mãos pedir” e “O que está nas nossas mãos?” são temas a desenvolver nesta iniciativa.
LS