Igreja/Sociedade: Família Vicentina publica manifesto conjunto contra o racismo

«Não queremos e nem devemos permanecer impassíveis perante a discriminação», refere Comité Executivo

Lisboa, 16 jun 2020 (Ecclesia) – O Comité Executivo da Família Vicentina (VFEC) afirma que o racismo “totalmente oposto à fé em Deus”, alertando para a sua presença “em todos os países do mundo e em toda sociedade”.

“Como membros da Família Vicentina e como pessoas de fé, cremos num Deus que nos criou em igualdade e como filhos seus. O racismo é totalmente oposto à fé em Deus que nos deu a vida”, lê-se numa declaração contra a discriminação racial, que lembra que Jesus “nunca fez distinção entre pessoas e tratou a todos com dignidade e respeito”.

Num documento publicado online, o VFEC assinala que o racismo não é apenas “uma enorme ofensa dirigida a todo aquele que é discriminado”, mas um “insulto à humanidade e à intrínseca dignidade de todo ser humano, e um gravíssimo pecado”.

“Não queremos e nem devemos permanecer impassíveis perante a discriminação que milhões de pessoas sofre, hoje em dia, por causa da cor da sua pele, origem, género, orientação sexual, crenças ou cultura”, explica o Comité Executivo da Família Vicentina.

A Família Vicentina  é um movimento mundial com mais de quatro milhões de membros e mais de 160 instituições eclesiais, que há mais de quatro séculos serve as pessoas mais necessitadas no mundo.

O VFEC pede a “todas as autoridades firmes decisões” para que não se repetiam “casos de segregação, racismo, tratamento diferenciado e violência” por qualquer tipo de discriminação.

“Queremos permanecer ao lado dos mais esquecidos de nossa sociedade e, entre eles, em especial todos aqueles que sofrem discriminação por causa da cor da pele”, refere a declaração.

O Comité Executivo da Família Vicentina reitera o “compromisso de serviço” aos excluídos, aos necessitados, às pessoas em condição de sem-abrigo, e todo a pessoa que “sofre discriminação por qualquer motivo” e lembra que o seu fundador, São Vicente de Paulo, pede que amem o próximo, “simplesmente” porque é “imagem de Deus e objeto de seu amor”.

Comprometemo-nos a reforçar as nossas ações e tomar medidas para que ninguém tenha de sofrer assédio ou a morte por discriminação. Comprometemo-nos a elevar a voz em todos os fóruns onde estamos presentes, para denunciar estas injustiças. Comprometemo-nos a dar voz aos excluídos e discriminados, para que eles sejam os protagonistas da sua própria história.”

A Família Vicentina salienta que os preconceitos raciais “não podem ter espaço” na sociedade, “nem em nenhuma instituição pública ou privada”, e devem ser combatidos com firmeza, porque desumaniza as relações, “gerando um ódio irracional”.

Em Portugal, a Família Vicentina é constituída existentes pela Congregação da Missão (os Padres da Missão), as religiosas Filhas da Caridade, a Sociedade de São Vicente de Paulo, a Associação da Medalha Milagrosa, a Associação internacional de Caridade, os Colaboradores da Missão Vicentina e a Juventude Mariana Vicentina.

CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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