Igreja Católica vai realizar Congresso Missionário centrado na «fraternidade universal», entre 14 e 15 de outubro
Lisboa, 12 out 2022 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Missão e Nova Evangelização, da Conferência Episcopal Portuguesa, afirmou que “o diálogo inter-religioso é, sem dúvida, um dos sinais dos tempos”, no âmbito do Congresso Missionário, dos dias 14 e 15 de outubro, em Lisboa.
“Ele faz parte da própria missão da Igreja, uma Igreja que se verte no mundo e encontra no mundo novas culturas também assentes em valores religiosos e outras religiões. E para nós era uma oportunidade de nos sentarmos a refletir com outros membros de outras religiões, mas também sobre a importância cultural deste diálogo inter-religioso”, disse D. Armando Esteves Domingues à Agência ECCLESIA.
O presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização, dos bispos de Portugal, salientou que hoje se fala muito de ‘inter’ – inter-religioso, intercultural, interligados -, estão “todos ligados uns com os outros”, mas o “diálogo inter-religioso é sem dúvida um dos sinais dos tempos”.
“Não só porque o Papa o coloca na agenda da Igreja, na sua própria agenda, mas também na sequência do Concilio Vaticano II”, acrescentou, recordando também a grande reunião eclesial do século XX, que fez esta terça-feira celebrou 60 anos da sua abertura.
D. Armando Esteves Domingues explicou que o Congresso Missionário 2022, organizado pela Conferência Episcopal Portuguesa com os institutos religiosos missionários, é um evento que já estava a ser pensado e preparado, mas com a pandemia Covid-19 ainda não tinha sido possível realizar.
Esta iniciativa com o tema ‘Fraternidade Sem Fronteiras’ vai realizar-se esta sexta-feira e sábado, dias 14 e 15 de outubro, no auditório Cardeal Medeiros, da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.
“Por ela já Jesus Cristo deu a vida. Na verdade tanta gente que dá a vida por esta fraternidade universal é muito bom”, realçou o presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização.
O responsável católico assinala que os “campos da missão hoje são muitos alargados”, e o diálogo inter-religioso é um desses campos, como poderiam falar sobre ecologia integral, fraternidade universal, porque “está tudo muito ligado”.
“Hoje não existe apenas um tipo de homem, a humanidade é muito plural, é muito diversa, e colocar isto também na nossa agenda de Igreja, das Igrejas locais, não só a nível nacional, também ajudar a que os institutos nos ajudem a manter sempre o foco alargado desta Igreja que sai em missão, é muito importante, essa é uma das finalidades”, desenvolveu.
D. Armando Esteves Domingues observa que há uma tendência que “pode chamar para o individualismo, para afirmar a pessoa na sua liberdade, na sua felicidade individual”, mas alerta que “é um erro tremendo” porque afirmando perde-se a família e “é preciso que as pessoas vivam umas para as outras e umas com as outras”, e também nas comunidades cristãs “vai grassando o individualismo”.
Neste sentido, o bispo auxiliar do Porto destaca o “movimento inverso”, lembrando que o Papa Francisco diz “muito claramente”, que é preciso “salvar a comunidade” e “uma cultura do ‘nós’”.
“O nosso mundo, a nossa casa, o nosso meio, os nossos meios, os nossos dinheiros. Quem dera que pudéssemos cada vez mais desenvolver esta cultura que o Papa tanto gosta de dizer que é a cultura do ‘nós’, não é uma cultura individualista”, acrescentou o presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização.
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