Igreja/Sociedade: Centro de Reflexão Cristã celebra 45 anos de história, com olhar sobre pobreza e exclusão (c/vídeo)

José Leitão, fundador e presidente da Direção, fala em instituição «pioneira»

Lisboa, 13 out 2020 (Ecclesia) – O Centro de Reflexão Cristã (CRC) está a celebrar 45 anos de vida de uma instituição que, segundo o atual presidente da Direção, foi “pioneira” nos estudos sobre a pobreza e a exclusão social.

José Leitão disse à Agência ECCLESIA que o CRC apareceu num “momento histórico” em Portugal “com a queda do anterior regime e a construção da democracia”, um período “marcado pela descolonização e com a preocupação de criar uma nova lógica para o desenvolvimento”.

Os 78 fundadores do CRC tinham “a preocupação de promover o estudo da Teologia com vista ao crescimento da fé, ao serviço da evangelização e da libertação do povo português”, sublinhou o entrevistado na edição desta segunda-feira do Programa ECCLESIA (RTP2).

Segundo José Leitão, um conjunto de cristãos de várias associações e membros de ordens religiosas entenderam “que era importante criar esse espaço”, porque a “presença cristã estava um pouco marcada negativamente por algumas formas de atuação do regime derrubado pelo 25 de abril de 1974”.

As reflexões emanadas do CRC, nas décadas de 70 e 80 do século passado tiveram “muito impacto na sociedade” e mesmo na política.

“As questões da pobreza e da exclusão social”, precisa José Leitão, sem esquecer a problemática “dos migrantes e da sua dignidade”

A reflexão teológica era feita em diálogo com outros saberes, em particular as ciências sociais.

“Houve sempre um debate interdisciplinar. Uma fundadora fundamental foi a economista Manuela Silva que teve um papel essencial na animação do CRC”, tal como Alfredo Bruto da Costa, realçou o responsável pelo organismo.

A sócia fundadora, Manuela Silva faleceu em outubro 2019 e neste momento “está na tipografia” um número da revista do CRC que lhe vai ser dedicado.

O entrevistado recordou também a sua filiação, referindo que estava preocupado com “a evangelização libertadora”, com “a libertação do povo português”, seguindo a linha do Concílio Vaticano II (1962-1965).

O CRC é uma associação de direito civil, o que permitiu que fosse “autogerido pelos seus associados”.

Passados 45 anos de vida, José Leitão salienta que “há uma geração que nasceu depois da criação deste organismo”, mas está empenhada e vive o ideário do CRC.

PR/LFS/OC

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