«Sejamos unidos e perseverantes», incentivou o secretário-geral da CNBB, D. Ricardo Hoepers
Brasília, 23 mai 2023 (Ecclesia) – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou esta segunda-feira a abertura oficial da Semana ‘Laudato Si’ 2023, com a presença de responsáveis religiosos e políticos, assinalando o Dia Internacional da Biodiversidade.
“Sejamos unidos e perseverantes no bom propósito de garantir que a terra, a humanidade e a esperança nunca sejam separadas”, disse o secretário-geral da CNBB, D. Ricardo Hoepers, bispo de Rio Grande, a partir do lema da Semana ‘Laudato Si’ 2023.
O Papa Francisco lançou a Semana ‘Laudato Si’, que assinala o oitavo aniversário da sua encíclica ecológica e social, este domingo, no Vaticano; até 28 de maio, vão ser promovidos momentos de debate e oração, e, este ano, a proposta central é a promoção de exibições comunitárias do documentário ‘A Carta’/ ‘The Letter’, estreado em outubro de 2022, que conta a história da encíclica’ Laudato Si’ e detalha a emergência ecológica.
Segundo o secretário-geral da CNBB, D. Ricardo Hoepers, a encíclica do Papa “retoma com força os valores da Doutrina Social da Igreja” e “impactou o mundo” com as propostas da Ecologia Integral e do Cuidado da Casa Comum”.
‘Esperança para a Terra. Esperança para a humanidade’ é o tema da Semana Laudato Si’ 2023, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, através das Comissões Episcopais Especiais para a Amazônia e para a Ecologia Integral e Mineração, realizou a sessão de abertura desta iniciativa, em Brasília, juntando autoridades religiosas e políticas, como a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e o núncio apostólico, e representantes de organizações, como a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil), o Movimento Laudato Si’.
O cacique Odair “Dadá” Borari, da Terra Indígena Maró, em Santarém, no estado brasileiro de Pará, afirmou que a Amazónia para ser “cuidada e preservada não depende apenas do indígena” e de quem lá vive, referindo que “a luta coletiva é para o bem-estar de todos”.
“[A Amazónia] depende de cada um de nós. E cada um de nós deve ter uma responsabilidade que é passar essa informação nos nossos locais de trabalho e onde vivemos”, acrescentou “Dadá”, que participou no filme ‘A Carta’.
A ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil agradeceu ao Papa Francisco a sua preocupação “em amar o criador sem esquecer a criação”, salientando que o momento atual sobre biodiversidade “é de mudança”, porque já não se consideram “os recursos naturais infinitos”.
“São finitos, e se mudou o entendimento, então vamos cuidar daquilo que é finito. Se mudou o entendimento que atirar CO2 na atmosfera pelo uso do carvão, do petróleo, do gás, aquece o planeta e pode destruir a vida na terra, vamos buscar alternativas que não são fáceis, a nossa prioridade é a vida”, desenvolveu Marina Silva.
O núncio apostólico no Brasil, D. Giambatistta Diquattro, salientou que a Igreja Católica está atenta ao grito da Terra e dos pobres e empenhada em salvaguardar a ecologia integral, lembrando que a encíclica ‘Laudato Si’ propõe uma reflexão sobre o “tipo de mundo” que se quer “transmitir às gerações futuras”.
“A perspetiva desse compromisso eclesial não se limita exclusivamente ao fenómeno da mudança climática, que também é muito importante. O compromisso da Igreja é um compromisso social em todos os âmbitos”, explicou o representante da Santa Sé Papa no país lusófono.
Segundo o representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente no Brasil, Gustavo Mañez, a Ciência, quando fala de conservação dos recursos naturais, está a dizer que os povos indígenas têm feito isso durante toda a História”, e, combinado com a tecnologia, “vai ser a salvação”, mas as ações têm de ser imediatas, informa a CNBB.
CB/OC