Igreja/Sociedade: Bispo de Vila Real recorda que tempos difíceis «foram também tempos de grande renovação»

«Importa lembrar que o mistério do sacerdote tem o seu segredo, a sua explicação mais determinante, na ação do Espírito Santo» – D. António Augusto Azevedo

Vila Real, 06 abr 2023 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real disse hoje que “é justo e necessário não perder de vista a grandeza” do ministério presbiteral, na Missa Crismal onde renovam as promessas, lembrando “os pecados e infidelidades” pelos quais “é imperioso pedir perdão”.

“Num tempo em que permanece a pretensão de tudo interpretar (e reduzir) segundo as chaves hermenêuticas da sociologia e psicologia, importa lembrar que o mistério do sacerdote tem o seu segredo, a sua explicação mais determinante, na ação do Espírito Santo”, explicou D. António Augusto Azevedo, na homilia publicada online.

Na Missa Crismal, que presidiu na Sé, o bispo de Vila Real assinalou que numa altura em que “são expostos pecados e infidelidades dos sacerdotes”, dos quais é “imperioso pedir perdão”, também “é justo e necessário não perder de vista a grandeza” desse ministério, o testemunho de fé e bondade que representa para o mundo.

“Hoje é dia solene em que fazemos a renovação das promessas sacerdotais. Este gesto significa que cada um, apesar do passar do tempo, mantém vivo o compromisso e as motivações originais. Mas ele é acompanhado pela nossa gratidão ao Senhor pela ação salvífica que realiza no meio do seu povo pelo Espírito que nos ungiu”, desenvolveu.

Segundo D. António Augusto Azevedo, o atual momento da vida da Igreja Católica, mesmo com “motivos fortes de preocupação, sofrimento e vergonha”, deve ser encarado também como uma “oportunidade de purificação e de mudança” em todos os aspetos, nomeadamente no que respeita ao ministério sacerdotal.

“Como aconteceu tantas vezes na história da Igreja, tempos difíceis foram também tempos de grande renovação”, realçou.

O bispo da Diocese de Vila Real recordou que num simpósio dedicado ao sacerdócio, realizado de 17 a 19 de fevereiro de 2022, em Roma, no discurso de abertura, o Papa Francisco referiu que vivem essa mudança de época à qual não podem “fugir e que requer um profundo discernimento”, tendo apresentado “quatro colunas da vida sacerdotal”, que são “quatro proximidades”, nomeadamente a Deus, ao bispo, com os outros presbíteros e com o povo.

“Como ministros temos a responsabilidade de potenciar e incentivar os restantes ministérios, desde o diaconado (permanente) até aos mais variados ministérios laicais. Preparar homens e mulheres leigos e leigas para o exercício de um leque mais alargado de ministérios, não só no campo litúrgico como também nas áreas da catequese e da caridade deverá ser uma preocupação de todos.”

D. António Augusto Azevedo acrescentou, na homilia, que desta forma estarão a “forjar comunidades mais vivas e dinâmicas”, com cristãos mais conscientes e ativos, afirmando que o decréscimo e envelhecimento da população “não podem servir de desculpa para uma pastoral de mera manutenção”.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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