Lisboa, 02 mar 2016 (Ecclesia) – A cidade de Catânia, na ilha italiana da Sicília, vai receber uma sessão do ‘Átrio dos Gentios’ dedicada à temática da “luz”, refletida em áreas como astronomia, ciências, arte, filosofia e teologia, a 18 e 19 de março.
“Além da Física, a luz está ligada à criação dos inícios, mas também à conclusão da história, à vastidão do universo, no espaço e no tempo, à grandeza da alma humana e da sua razão, ao esplendor da forma e, com a sua ausência, à obscuridade do coração do homem e ao próprio mistério do mal”, assinala a página do ‘Átrio dos Gentios’.
A iniciativa coordenada pelo Conselho Pontifício da Cultura (CPC), da Santa Sé, na cidade de Catânia, na ilha italiana da Sicília, começa com o diálogo ‘Contempla o céu e observa’, um convite extraído do livro de Job (35, 5).
As intervenções da sessão inaugural são do presidente do conselho, o cardeal Gianfranco Ravasi, e Carlo Rovelli, professor de Física Teórica na Universidade de Aix-Marseille (França), a 18 de março.
Já na manhã do dia seguinte, a pergunta ‘Onde habita a luz?’, também do livro de Job (38, 19) vai colocar em diálogo o presidente do CPC, com Pierluigi Leone De Castris, professor de História da Arte Moderna na Universidade Suor Orsola Benincasa (Nápoles), e o diretor do Instituto Superior de Ciências Religiosas San Metodio de Siracusa, Dionisio Candido.
Na tarde do dia 19 de março, ‘Quem ama o seu irmão permanece na luz’, da primeira Carta de S. João (2, 10), é o mote para uma conversa entre o fotógrafo Giovanni Chiaramonte e o poeta Umberto Fiori, ambos de nacionalidade italiana.
A próxima sessão do «Átrio dos Gentios», na ilha da Sicília, vai terminar com um “espetáculo performativo” e, durante dois dias, o programa vai oferecer diversos apontamentos artísticos, com música e exposições, divulga o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
“Pensar na Sicília, na sua posição central no Mediterrâneo, no seu clima, nas cores vivas da sua terra, suas montanhas, o seu mar e o céu, o fogo do vulcão, no caráter dos seus habitantes, na arquitetura das casas e nas suas igrejas, nos seus mercados ao ar livre, nas suas canções folclóricas e tradições, mas também as suas contradições, significa pensar sobre a ‘luz’ e tudo o que ela evoca”, destaca a organização.
Neste contexto, o CPC recorda que 2015 foi o Ano Internacional da Luz, da Assembleia Geral das Nações Unidas, e que o Prémio Nobel da Física, de 2014, foi atribuído a três investigadores japoneses pela invenção dos diodos azuis emissores de luz (LED), que “revolucionaram o modo de iluminar e o próprio conceito de iluminação”.
No tema da luz, desenvolve a organização, é também convocada a ideia da beleza, “declinada não só no seu significado estritamente estético, mas sobretudo como manifestação do divino, da racionalidade, da causalidade e da plenitude de todas as coisas”.
O “Átrio dos Gentios”, a iniciativa do Vaticano para o diálogo entre crentes e não-crentes, é dinamizado desde 2011 e já passou pelas cidades portuguesas de Braga e Guimarães.
SNPC/CB