Igreja/Sociedade: Arcebispo de Évora presidiu ao «último adeus» a Rui Nabeiro

D. Francisco Senra Coelho evoca empresário que «teve sempre um coração de povo»

Foto: Lusa

Évora, 21 mar 2023 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora presidiu hoje, na Igreja Matriz de Campo Maior, às exéquias do comendador Rui Nabeiro, falecido aos 91 anos de idade, este domingo.

“Sendo um homem simples, com uma inteligência arguta e uma visão muitíssimo apurada, vendo muito longe, teve sempre um coração de povo. Nunca deixou de ser do povo”, refere D. Francisco Senra Coelho, numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA.

Rui Nabeiro morreu no Hospital da Luz, em Lisboa, onde estava internado devido a problemas respiratórios.

O arcebispo de Évora apresenta os seus “sentidos pêsames” à família do empresário e a “todo o povo de Campo Maior”, sua terra natal.

Numa intervenção registada em vídeo, D. Francisco Senra Coelho elogia o falecido comendador como alguém que conseguiu fazer “da empresa uma família” e do qual as pessoas falavam “como de um amigo”.

O responsável católico homenageia um “grande empresário” e um “visionário”, que se destacou pela cidadania e a “solidariedade fraterna”.

D. Francisco Senra Coelho destaca que Rui Nabeiro acompanhava o dia a dia das suas empresas e milhares de funcionários, os quais “conhecia pelo nome, pelos seus problemas”.

O empresário, acrescentou, conseguiu criar um negócio que se espalhou pelo mundo, mas “nunca se desgarrou da sua terra”, apesar dos custos acrescidos.

“É impressionante esta ligação ao seu povo, a fidelidade à sua terra”, refere o arcebispo de Évora.

A mensagem assinala ainda a relação de “pertença” que Rui Nabeiro teve com a Igreja Católica e o sentido “pedagógico” com que ajudou instituições paroquiais e sacerdotes, ao longo da sua vida.

O responsável católico evoca as suas memórias pessoais, na relação com um “homem bom”, em particular o recente encontro que decorreu durante a visita pastoral do arcebispo de Évora a Elvas, em que este lhe disse: “A Igreja é a minha casa”.

“O senhor Rui Nabeiro, homem alentejano, foi fiel à sua missão de homem”, apontou D. Francisco Senra Coelho, num elogio alargada à “alma alentejana”.

O arcebispo de Évora disse ainda associar-se à mensagem divulgada pelo presidente da República Portuguesa, na qual Marcelo Rebelo de Sousa evocava “um percursor”, que construiu uma marca global, “mantendo sempre a sede e o coração da sua atividade em Campo Maior, terra onde nasceu e onde deixa um generoso legado.

“Num tempo económica e socialmente desafiante, o exemplo de Rui Nabeiro, na sua preocupação social e participação cívica, com a comunidade e com o país, devem ser um exemplo e uma inspiração para todos quantos podem devolver à sociedade um pouco daquilo que esta lhes deu”, assinalou o chefe de Estado.

As cerimónias fúnebres decorreram em Campo Maior, onde o comendador nasceu a 28 de março de 1931; o município local respeita um luto de cinco dias.

OC

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