Igreja/Sociedade: Anúncio de vida da Páscoa «precisa de ecoar neste mundo em que se ampliam os sinais de morte», afirma bispo de Vila Real

«A vida nova nascida na Páscoa de Cristo chegou até nós e seria desejável que as suas consequências se tornassem mais manifestas na vida do mundo» – D. António Augusto Azevedo

Foto Diocese de Vila Real

Vila Real, 23 mar 2024 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real assinala que o anúncio de vida da Páscoa “precisa de ecoar neste mundo em que se ampliam os sinais de morte”, e alerta para as armas, a fome, a doença e as alterações climáticas.

“O anúncio pascal ressoa hoje como apelo à paz, desafio à solidariedade, compromisso com a defesa da vida e dignidade humanas. Celebrar a Páscoa é reafirmar a convicção de que é possível e urgente outro caminho que promova a vida mais plena para cada um e para todos”, escreve D. António Augusto Azevedo na mensagem para a Páscoa.

No documento, enviado à Agência ECCLESIA, o bispo de Vila Real observa que a vida nova nascida na Páscoa de Cristo chegou à atualidade e “seria desejável” que as suas consequências “se tornassem mais manifestas na vida do mundo”, porque Páscoa significa, antes de mais, passagem da morte à vida, “início de um tempo novo”.

“Este anúncio de vida precisa de ecoar neste mundo em que se ampliam os sinais de morte, provocada por armas cada vez mais sofisticadas e letais, pela fome e pela doença que afetam populações inteiras, por doenças ou por cataclismos, estes em resultado, no todo ou em parte, de alterações climáticas a que a ação humana não é alheia.”

D. António Augusto Azevedo refere que a fé é um ato de liberdade, “ratificada no batismo”, por isso, a valorização e a promoção da liberdade está na raiz do ser cristão – “constitui uma causa da qual não somos dispensados” – mas, acrescenta, que a modernidade fez da liberdade “uma das suas grandes bandeiras”.

“Da liberdade de consciência às liberdades cívicas registaram-se muitos avanços apesar de começarmos a assistir, mais recentemente, a alguns retrocessos. Temos verificado, com preocupação, o crescimento de regimes autoritários e de poderes pouco escrutinados, o alargamento da teia da burocracia e de formas de controlo dos cidadãos, sem esquecer o atropelo aos seus direitos básicos”, desenvolve.

O bispo de Vila Real destaca que, fiel ao espírito pascal, “o cristão tem apreço e compromisso para com a liberdade”, uma liberdade entendida no seu sentido mais pleno, “aquela que se fundamenta na verdade e dignifica a pessoa”.

Na mensagem intitulada ‘Proclamar a vida, renovar a esperança’, o bispo de Vila Real começa por explica que a Páscoa celebra “o acontecimento central do cristianismo, aquele que provocou um maior impacto na história”, a ressurreição de Jesus, o Nazareno morto numa cruz nos arredores de Jerusalém, “constitui a pedra basilar da fé cristã”.

“A celebração anual desta festa concentra-nos no essencial da fé cristã. Em cada Páscoa somos convidados a proclamar com renovada alegria que Jesus ressuscitou e está vivo no meio de nós. Os efeitos dessa presença não cessam de se manifestar no quotidiano da vida da Igreja e de cada cristão”, assinala.

D. António Augusto Azevedo recorda que a notícia da ressurreição, ao terceiro dia, “proclamada por algumas mulheres e pelo grupo dos discípulos”, espalhou-se pela cidade e por toda a Judeia, mais tarde, esse anúncio propagou-se à Ásia Menor, à Grécia, posteriormente à Europa e ao mundo.

“Desejaria que a boa nova da ressurreição de Jesus, proclamada nesta Páscoa, causasse o mesmo entusiasmo em todos os corações e o mesmo sobressalto de novidade que o mundo está a precisar.”

O bispo de Vila Real, nesta Páscoa, convida “todos os diocesanos a acolher a vida nova, a alegria e a paz” que Jesus Ressuscitado concede, e animados pelo Espírito, caminharão juntos, “renovando o sonho de construir uma Igreja mais pascal, fraterna e acolhedora”: “E assumiremos com entusiasmo o compromisso de comunicar ao mundo uma mensagem de autêntica esperança”.

CB

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