45º Encontro Nacional da Pastoral Litúrgica decorre esta semana em Fátima e conta com a participação de celebrações de grupos de Cabo Verde e da Suiça, entre outros
Fátima 23 jul 2019 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade (CELE) disse à Agência ECCLESIA no início do 45º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica que “sem liturgia não há missão”, lembrando que cada ato litúrgico deve ser “devidamente preparado”.
“A liturgia é o que mais se esbanja na Igreja, é aquilo que mais está à nossa mão, é o que mais realizamos, mais celebramos, ao domingo e em cada dia da semana, e se calhar não devidamente preparado, não dignamente celebrado e, por isso, não pode ser evangelizador”, afirmou D. José Cordeiro.
Para o presidente da CELE, é necessário dar mais atenção ao “porquê” na liturgia do que ao “como”.
“Às vezes, na liturgia, as pessoas que estão mais envolvidas, os presbíteros, os diáconos, as pessoas consagradas, os leigos, e nós próprios, os bispos, ocupamo-nos mais com o ‘como fazer’ do que com o ‘porquê’. Mas é preciso encontrar o espírito da liturgia”, lembrou D. José Cordeiro.
Para o presidente da comissão episcopal, “a liturgia é o coração pulsante da missão da Igreja” e a “ação de Cristo continuada na Igreja”.
D. José Cordeiro considera que é urgente que se apontem caminhos para “uma espiritualidade que nasça da liturgia”.
O bispo responsável pelo setor da Liturgia na Conferência Episcopal Portuguesa valorizou a realização dos encontros nacionais de pastoral litúrgica, que se promovem há 45 anos, e proporcionam um tempo de formação, dias de “momentos espirituais” e de “aprofundamento da fé”.
Para o diretor do Secretariado Nacional da Liturgia (SNL), padre Pedro Ferreira, o Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica não é um curso, mas uma “atividade orante”, onde “se pratica a liturgia”.
“É um encontro de liturgia em que todas as manhãs são dedicadas à oração e uma parte da tarde é também dedicada à oração. Temos todos os dias duas exposições, doutrinais, mas não é, na perspetiva da organização, propriamente um curso. É uma atividade orante”, afirmou o diretor do SNL.
O padre José Constantino é de Cabo Verde e há 20 anos que participa no Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, respondendo a um convite do SNL de Portugal.
“Ao termos adotado como língua oficial o português e as edições em português como a nossa edição típica, em Cabo Verde, ficamos unidos com a liturgia que se faz em Portugal”, disse à Agência ECCLESIA o sacerdote cabo-verdiano.
“Não quer dizer que vamos fazer tudo igual, porque temos o nosso temperamento, mas ajuda-nos a aprofundar, não fugindo as orientações certas que a Igreja apresenta”, acrescentou.
A reportagem da Agência ECCLESIA no 45º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica falou também com um grupo das comunidades portuguesas na Suíça, onde o padre Marquiano Petez, de origem ucraniana, nascido no Brasil, é responsáveis por três cantões e acompanha cerca de 14 mil portugueses emigrantes.
Para o sacerdote, a liturgia é uma “preciosidade” e deve ser “bem vivida” e, por isso, participa no encontro realizado em Fátima com um grupo de portugueses das comunidades suíças para que possam “transmitir aos outros a maravilha que é a liturgia”.
O 45º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica tem por tema “Liturgia e Missão” e decorre em Fátima até sexta-deira, dia 26 de julho.
HM/PR
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