Igreja: «Se a pandemia é muito séria, a efetiva presença pastoral missionária da Igreja não é menos séria» – Bispo do Porto

Diocese vai «viver, celebrar e cultivar a fé em tempo de pandemia», com «a uma prudência acrescida» para «ser parte da solução e não do problema» na pandemia Covid-19

Foto Agência Ecclesia/PR

Porto, 02 set 2020 (Ecclesia) – O bispo do Porto afirma numa nota pastoral para o ano 2020/2021 que a vivência, formação e celebração da fé “não está sujeita a épocas favoráveis ou inoportunas”, não “é compatível com intervalos” e é uma “coisa muito séria”.

“É que, se a pandemia é muito séria, a efetiva presença pastoral missionária da Igreja (diocese, paróquias, capelanias, serviços, movimentos) não é menos séria e não se pode sujeitar à oscilação das condições de qualquer género”, escreve D. Manuel Linda.

Na nota pastoral ‘viver, celebrar e cultivar a fé em tempo de pandemia’, o bispo do Porto explica que a vivência, formação e celebração da fé “não está sujeita a épocas favoráveis ou inoportunas nem é compatível com intervalos, é para sempre e qualquer circunstância”, por isso, é necessário de todos – bispos, sacerdotes, diáconos, responsáveis pelos diversos setores de apostolado e leigos – um “esforço para encontrar, em cada ambiente e em cada circunstância, a atitude e a resposta pastoral mais adequada”.

D. Manuel Linda observa que para além de outros efeitos nefastos, a atual pandemia de Covid-19 “não permite programar o futuro com alguma clarividência” como abriga a uma prudência acrescida, “pois as informações nem sempre são as mais otimistas”.

“E, evidentemente, queremos ser parte da solução e não do problema”, acrescenta, lembrando que na Europa, em geral, e em Portugal, em concreto, “a transmissão do vírus está em aumento assustador e os técnicos falam já num outono/inverno fortemente problemáticos”.

“Rezamos e esperamos que Deus nos conceda a graça de pôr cobro à pandemia, porventura por intermédio de vacinas que se aguardam ansiosamente. Mas tudo parece indicar que a tão referida «imunidade de grupo» ou vacinação em massa não aconteçam antes do final do primeiro trimestre de 2021.”

Neste contexto, o bispo do Porto explica que têm de ir até onde puderem mas “sempre com a preocupação de não ultrapassar os limites da prudência e da legalidade” e coloca como referência a Páscoa do próximo ano para poderem “celebrar com toda a alegria e liberdade”.

“Que esta situação nos obrigue a repensar mais a relação do homem com a natureza, a edificarmos uma civilização mais justa a nível planetário, a sermos mais solidários e afetivos para com os débeis, a exigir do Estado que respeite e acarinhe as boas iniciativas sociais, a colocar a economia ao serviço do bem comum, a revalorizar os laços inultrapassáveis da família unida e indissolúvel, a privilegiar o essencial em detrimento do acessório”

Foto João Lopes Cardoso/Diocese do Porto, D. Manuel Linda no projeto ‘Porta Solidária’

Na nota pastoral ‘viver, celebrar e cultivar a fé em tempo de pandemia’ para o novo ano 2020/2021, o bispo do Porto apresenta “alguns princípios básicos orientadores, sem a pretensão de estabelecer regras gerais a aplicar cegamente”, assinalando que as normas das autoridades de Saúde e da Conferência Episcopal Portuguesa “são para ter sempre como referência”, nomeadamente “uso de máscaras, distância social, arejamento dos espaços, desinfeções”.

Para o setor da catequese, D. Manuel Linda informa que devem ter como referência orientadora “(não cega) os procedimentos da Escola, em todos os seus níveis” e afirma que “a catequese não vai parar”, indicando também como referência o documento ‘Orientações para catequese em tempos de pandemia’, do Secretariado Nacional de Educação Cristã, e que no mínimo se deve realizar “uma sessão de catequese mensal, antecedida ou seguida da Missa”.

O bispo do Porto apresenta orientações para os sacramento da confissão e do Crisma, “se possível recuperar os Crismas adiados e realizar até ao fim do ano civil”, dividindo os grupos e “multiplicar as celebrações” com crismandos, padrinhos, pais, e catequistas, e suspender temporariamente “a norma dos Crismas vicariais” para, na sua maioria, paroquiais.

Na nota pastoral ‘viver, celebrar e cultivar a fé em tempo de pandemia’, D. Manuel Linda publica também indicações para as visitas pastorais, para as comunidades com “sacerdotes idosos ou de risco”, pedindo que “não haja nenhuma paróquia sem a celebração do domingo – Missa, na forma habitual, ou, excecionalmente, Assembleia Dominical na Ausência do Presbítero”, os centros de culto de pequenas dimensões, a comunhão aos doentes, as reuniões e os ofertórios consignados.

O novo documento do bispo do Porto para os sacerdotes e os diáconos, os responsáveis das associações, movimentos e obras e para a todos os fiéis leigos da diocese pode ser consultado online.

CB/PR

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