Igreja/Saúde: «A doença é bom que desapareça», nunca o doente – Padre José Manuel Pereira de Almeida

Comissão Nacional da Pastoral da Saúde assinala Dia Mundial do Doente 2020

Lisboa, 11 fev 2020 (Ecclesia) – O coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, da Igreja Católica em Portugal, disse que a dignidade de uma pessoa doente nunca se perde.

“Se a doença é bom que desapareça, o doente é quem tem a dignidade da pessoa que somos e, por isso, nunca pode desaparecer, ou passar a segundo plano, ou ainda menos descartada”, disse o padre José Manuel Pereira de Almeida, recordando a mensagem do Papa Francisco para Dia Mundial do Doente 2020.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde assinala que a “dor, apesar de tudo, se trata” e, hoje, o tratamento da dor “é alta-costura e há consultas de dor já muito especializadas”.

O entrevistado realça que o “sofrimento, mesmo sem dor, carece de uma presença humana que o faça suportar esse alívio e consolo”.

O padre José Manuel Pereira de Almeida destacou que existem “belíssimos testemunhos de atitudes de cuidado, de humanidade extrema” em pessoas que não professam qualquer confissão religiosa ou que, “não sendo católico, são irmãos cristãos e comunga da mesma atenção”.

O também secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana enalteceu “a abnegação e esforço” de tantas pessoas “em circunstâncias às vezes adversas” e observa que Portugal não está “numa boa fase global da saúde”.

“Há muitas dificuldades e também económicas que preocupa muito as pessoas. Certamente, as soluções a encontrar não podem ser só ou do lado dos políticos, ou do lado dos gestores dos hospitais, mas havemos de contar com médicos e enfermeiros, e com todos os outros profissionais, para numa verdadeiro esforço interdisciplinar podermos reconstruir o Serviço Nacional de Saúde”, desenvolveu o sacerdote, médico especialista em anatomia patológica.

No seu sítio online, a Comissão Nacional da Pastoral da Saúde publicou diversos subsídios – cartaz, pagela e díptico – para assinalar e celebrar o Dia Mundial do Doente 2020.

“Pretendemos que estes materiais contribuam para uma sentida vivência junto de todos os que se encontram privados da sua saúde física ou mental”, explica o coordenador deste setor, o padre José Manuel Pereira de Almeida.

A Igreja Católica celebra hoje o Dia Mundial do Doente, na festa litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes, e o Papa Francisco reforçou a oposição a projetos de legalização da eutanásia

A Conferência Episcopal Portuguesa manifestou hoje o seu apoio à realização de um referendo sobre a legalização da eutanásia em Portugal, propondo uma aposta nos “cuidados paliativos”, como alternativa.

O Parlamento português vai discutir e votar a legalização da eutanásia, com os projetos de lei do BE, do PAN, do PS e do PEV, no próximo dia 20.

HM/CB

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Agência ECCLESIA

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