Grupo criado pela Conferência Episcopal Portuguesa vai iniciar roteiro de formação pelas dioceses e apresenta segundo relatório de atividades no dia 18 de junho
Lisboa, 15 abr 2024 (Ecclesia) – O Grupo VITA, criado pela CEP, foi contactado por “89 pessoas que reportaram situações sexualmente abusivas no contexto da Igreja Católica em Portugal” e 24 pessoas solicitaram uma reparação financeira, em 11 meses de funcionamento.
“Vinte e quatro pessoas solicitaram, até ao momento, uma reparação financeira, processos que serão, posteriormente, avaliados de acordo com os critérios a definir pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em articulação com o Grupo VITA e com as Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis”, lê-se num comunicado, enviado à Agência ECCLESIA, pela coordenadora do Grupo VITA, a psicóloga Rute Agulhas.
O Grupo de Acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal – Grupo VITA – explica que “defende uma avaliação caso a caso”, tendo em conta o que “décadas de investigação científica” têm demonstrado relativamente ao facto de o “dano psíquico em situações traumáticas ser influenciado por diversas variáveis”.
A CEP anunciou, na última semana, a criação de um fundo para “compensações financeiras” para as vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica.
“A Assembleia aprovou, de forma unânime, a atribuição de compensações financeiras, com caráter supletivo, a vítimas de abusos sexuais contra crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal”, indica a nota conclusiva da 209ª Assembleia Plenária do episcopado, que terminou na última quinta-feira, em Fátima.
Já a presidente da Equipa de Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas para a Proteção de Menores, Carla Rodrigues, afirmou que toda a sociedade precisa de definir “linhas comuns de atuação” contra os abusos sexuais e valoriza a decisão das compensações financeiras, este domingo, na entrevista conjunta ECCLESIA/Renascença.
O Grupo Vita foi apresentado no dia 26 de abril de 2023 e, ao longo de 11 meses de funcionamento, foi contactado por “89 pessoas que reportaram situações sexualmente abusivas no contexto da Igreja Católica em Portugal”, a maior parte das pessoas está a ser encaminhada para um processo de acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico regular.
No comunicado, Rute Agulhas, informa que o segundo relatório de atividades do Grupo VITA vai ser apresentado publicamente no dia 18 de junho deste ano, em Fátima; o primeiro relatório foi apresentado no dia 12 de dezembro de 2023, em conferência de imprensa.
O Grupo VITA, que definiu como um dos objetivos para 2024 a realização de um roteiro pelas dioceses portuguesas, vai começar esse périplo esta terça-feira, dia 16 de abril, na Arquidiocese de Évora.
“Procurando, dessa forma, um contacto de maior proximidade que permita um diagnóstico mais rigoroso das necessidades de cada território; Sensibilizar e capacitar as diversas estruturas eclesiásticas para saber prevenir, detetar e sinalizar situações sexualmente abusivas é uma das prioridades do Grupo VITA, rumo a uma cultura de proteção e cuidado”, desenvolve.
O encontro, em Évora, começa com uma formação presencial para padres e diáconos, esta terça-feira, e, vai continuar, em mais “quatro manhãs de sábado”, para agentes pastorais e elementos que integram as diversas IPSS da arquidiocese.
O Grupo de Acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal pode ser contactado através da linha de atendimento telefónico (91 509 0000) ou do formulário para sinalizações, disponível no seu sítio online; o seu trabalho também pode ser acompanhado nas suas páginas nas redes sociais Facebook e Instagram.
CB