Cardeal foi sepultado após Missa exequial e percurso entre a Sé e o Mosteiro de São Vicente de fora
Lisboa, 14 mar 2014 (Ecclesia) – O cardeal D. José Policarpo foi sepultado hoje no Panteão dos Patriarcas, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, após a Missa exequial na Sé de Lisboa e um percurso pelas ruas da capital portuguesa.
D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, evocou na cerimónia que antecedeu a sepultura o seu “querido” predecessor, diante da urna colocada na escadaria da igreja.
“Este cortejo visível, em que nós participamos, é acompanhado, é transfigurado pelo outro cortejo que está a agora a acontecer”, disse.
“Os anjos, os mártires e todos os habitantes da Jerusalém celeste recebem com muito carinho, o carinho que só Deus conhece, que de Deus brota, o nosso irmão que partiu”, acrescentou, antes da longa salva de palma com que os presentes se despediram de D. José Policarpo.
A sala que serve de Panteão dos Patriarcas “é uma criação do século XX”, refere Alexandre Salgueiro, do Patriarcado de Lisboa, à Renascença, numa visita ao espaço, inserido num monumento nacional que alberga desde 1998 os serviços diocesanos.
O panteão, atualmente com 11 túmulos, é despido de azulejos, limitando-se a uma sala retangular com um altar de pedra num dos topos, encimado por uma cruz.
O túmulo de D. Carlos da Cunha e Meneses, falecido em 1825, é o mais antigo, e o penúltimo é o do cardeal António Ribeiro, falecido em 1998.
Instituído por D. Afonso Henriques em 1147, na sequência do voto feito pelo monarca caso conseguisse conquistar Lisboa, o mosteiro dedicado ao mártir São Vicente e entregue aos cónegos regrantes de Santo Agostinho, simbolizava a refundação cristã da cidade.
No início do reinado de Filipe I foi iniciada a reforma do edifício da igreja e do mosteiro.
O arquiteto português Baltazar Álvares dirigiu as obras entre 1597 e 1624, tornando o monumento uma referência na arquitectura maneirista.
Os cónegos regrantes eram membros de cabidos e colegiadas que, pelo séc. XI, faziam profissão religiosa, seguindo habitualmente a regra de Santo Agostinho e organizando-se em “congregações”.
Santo António, antes de ser franciscano, foi cónego regrante de Santo Agostinho, tendo professado em São Vicente de Fora (Lisboa) e vivido no mosteiro de Santa Cruz (Coimbra).
OC
Notícia atualizada às 19h19