Diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura elogia «grande figura» da Igreja
Lisboa, 13 mar 2014 (Ecclesia) – O padre Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), afirmou que o patriarca emérito de Lisboa, D. José Policarpo, falecido esta quarta-feira, foi um “timoneiro sábio”.
“Partiu hoje [12 de março] uma grande figura da Igreja e da cultura. Quando, com a distância necessária, se fizer a história destes anos, compreenderemos porventura melhor o enorme e difícil papel que lhe coube e a generosa sabedoria com que o viveu”, refere o sacerdote, vice-reitor da Universidade Católica, em nota publicada pelo SNPC.
Segundo Tolentino Mendonça, o falecido cardeal “cedo percebeu que os grandes desafios para a Igreja eram, por assim dizer, de natureza cultural”.
“A verdade é que a Igreja portuguesa encontrou nele um timoneiro à altura do que lhe era pedido. Não é por acaso que então jovem teólogo, José Policarpo escolhe como tema da sua tese uma categoria inovadora do Concílio Vaticano II, ‘a leitura dos sinais dos tempos’, nem que o vemos depois, já como bispo auxiliar, a presidir aos destinos da Universidade Católica portuguesa, onde deixa um legado indelével”, precisa o responsável.
O padre e poeta madeirense sublinha o perfil de “bispo intelectual, informado, capaz de falar em auditórios muito diversificados e de escutá-los a todos, pronto para pensar as questões do presente conferindo-lhes largueza e horizonte”.
“D. José Policarpo foi o rosto de uma Igreja que conjuga a inteligência e a fé, que coloca em diálogo a tradição com a modernidade, que não desiste de entender e iluminar o presente do mundo”, conclui Tolentino Mendonça.
D. José Policarpo faleceu aos 78 anos, vítima de aneurisma na aorta, informou a Diocese de Lisboa.
As exéquias do cardeal, presididas pelo patriarca de Lisboa D. Manuel Clemente, vão ser celebradas esta sexta-feira, às 16h00, na Sé Patriarcal, seguindo depois o corpo para o Panteão dos Patriarcas, em São Vicente de Fora.
O corpo do cardeal vai chegar esta quinta-feira à Sé de Lisboa, pelas 15h00, permanecendo em câmara ardente.
OC