Igreja/Portugal: Bispo destaca papel da PSP na afirmação de «linha-limite» para manutenção da segurança e da paz

D. Rui Valério assinalou 155.º Aniversário da força policial

Lisboa, 06 jul 2022 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança de Portugal afirmou hoje que a Polícia de Segurança Pública (PSP) tem como “último desafio” o estabelecimento de uma “linha-limite” que defende a segurança e a paz.

“O mundo assiste hoje, estupefacto, a uma guerra, à inenarrável invasão da Ucrânia por parte da Rússia, onde está a ser demonstrado o quão importante é, em termos civilizacionais, a existência do limite”, referiu D. Rui Valério, na Eucaristia comemorativa dos 155 anos da PSP.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o bispo do Ordinariato Castrense destacou que as chamadas linhas vermelhas, garantem o que, “em caso algum, não pode ser destruído, ou aniquilado”, referindo-se, “obviamente, da fronteira da dignidade do ser humano”, salientando que do ponto de vista político, bélico, mas, sobretudo, “na perspetiva ética, é imperioso reafirmar o seu valor”.

“A PSP de hoje, portanto, tem como último desafio não apenas garantir a segurança dos cidadãos, das comunidades e do país, mas também de, socialmente, ser a afirmação de uma linha-limite para além da qual não se pode, não se deve ir”, disse na Missa a que presidiu na igreja da Penha de França, em Lisboa.

Segundo D. Rui Valério, hoje o sentido do limite é, “social e culturalmente, muito fraco” e a sua consequência é a “falta do discernimento” entre o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, o crime e a legalidade.

A Polícia de Segurança Pública, acrescentou, serve o bem comum, “promovendo segurança, justiça, legalidade e ordem”, e também é chamada a lembrar ao homem que “nem tudo o que é possível fazer se pode efetivamente realizar”.

Para a celebração religiosa do 155.º Aniversário da PSP, que contou com a participação da direção nacional da instituição, foram escolhidas as leituras da Missa pela Paz e pela Justiça.

O bispo diocesano explicou que que existe uma “surpreendente semelhança” entre o viver uma vida cheia, bem-aventurada, e a missão da Polícia de Segurança Pública.

Sendo a vocação da Polícia a implementação de valores fundados no direito e na ética, só podemos reconhecer que a sua ação se insere no contexto da promoção da vida plena, não da vida fragmentada. E essa, só se conjuga com a integralidade pessoal feita, sobretudo, da força da dignidade, da justiça, da paz, da liberdade: esta é a razão de ser – oferecer aos cidadãos a plenitude”.

D. Rui Valério assinalou que a segurança e a paz “não são apenas ausência de guerra”, nem se limitam a assegurar o equilíbrio das forças adversas, e são possíveis porque existe a salvaguarda dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, e o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos.

“A PSP, enquanto artífice da segurança, também cultiva dentro do ideário da sua atuação, para além do direito, também o princípio da obrigação. Unido à relevância da obrigação surge, na mesma senda, um outro valor, o da ordem”, referiu o bispo das Forças Armadas e de Segurança de Portugal, na celebração dos 155 anos da PSP, que se assinalaram no dia 2 de julho.

A Polícia de Segurança Pública apresenta-se como a “força policial mais antiga de Portugal” e a sua história remonta a 1383, quando foi constituído o “primeiro corpo organizado de polícias na cidade de Lisboa”, os ‘Quadrilheiros’, por iniciativa de D. Fernando I.

Ainda hoje, decorre na Direção Nacional da PSP cerimónia alusiva ao 155.º aniversário, presidida por Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República Portuguesa.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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