Igreja: Papa assinou novo documento dedicado aos jovens, propondo espaços de escuta e acompanhamento (c/vídeo)

Exortação apostólica pós-sinodal «Christus Vivit» vai ser publicada a 2 de abril

Loreto, Itália, 25 mar 2019 (Ecclesia) – O Papa assinou hoje uma carta aos jovens, no santuário mariano do Loreto, na sequência do Sínodo dos Bispos dedicado às novas gerações, que decorreu em outubro de 2018, desejando que a Igreja ouça os jovens e os ajude a encontrar o seu caminho de vida.

“Que a Santíssima Virgem ajude todos, especialmente os jovens, a percorrer o caminho da paz e da fraternidade, baseado no acolhimento e no perdão, no respeito pelos outros e no amor que é dom de si”, disse, no discurso que pronunciou nesta localidade italiana.

Francisco desafiou os católicos a “levar o Evangelho da paz e da vida” aos seus contemporâneos, “muitas vezes distraídos, tomados pelos interesses terrenos ou imersos num clima de aridez espiritual”.

O Papa sublinhou que a preocupação do seu novo texto é ajudar as novas gerações no processo de “escuta da palavra-projeto de Deus”, discernimento e decisão, envolvendo os diversos campos da pastoral da Igreja – juvenil, vocacional e familiar.

“A família e os jovens não podem ser dois setores paralelos da pastoral das nossas comunidades, mas devem caminhar juntos, porque muitas vezes os jovens são aquilo que uma família lhes deu, no período de crescimento”, observou.

Francisco quer que os jovens estejam “prontos e disponíveis” para responder a Deus, reconhecendo-o “num nível mais profundo, onde atuam as forças morais e espirituais”.

“Aqui, a Virgem Maria, a jovem plena de graça, continua a falar às novas gerações, acompanhando cada um na busca da sua própria vocação. Por isso, quis assinar aqui a exortação apostólica, fruto do Sínodo dedicado aos jovens, que se intitula ‘Christus vivit – Cristo vive’”, explicou Francisco.

A intervenção sublinhou a necessidade de “descobrir as surpresas de Deus” no projeto de vida de cada um, com “plena confiança e disponibilidade total”.

Maria é o modelo de todas as vocações e inspiradora de qualquer pastoral vocacional: os jovens que estão à procura e se interrogam sobre o seu futuro, podem encontrar em Maria aquela que ajuda a discernir o projeto de Deus para si próprios e a força para aderir ao mesmo”.

O Papa apelou ao relançamento do Centro João Paulo II, ao serviço da Itália e a nível internacional, como lugar “onde os jovens e os seus educadores possam sentir-se ouvidos, acompanhados e ajudados a discernir”.

Francisco desafiou os religiosos capuchinhos, responsáveis pela pastoral no Santuário do Loreto, a manter as portas abertas “no final da tarde e no início da noite”, quando houver jovens a “rezar e a discernir a sua vocação”.

A intenção do pontífice é fazer do Santuário do Loreto, no centro da Itália, um lugar de “continuação dos encontros mundiais dos jovens e da família”.

“Na delicada situação do mundo de hoje, a família fundada no casamento entre um homem e uma mulher assume uma importância e uma missão essenciais. É necessário redescobrir o plano traçado por Deus para a família, reafirmar a sua grandeza e papel insubstituível ao serviço da vida e da sociedade”, assinalou.

O Papa esteve durante largos minutos com os que participam do ministério diocesano para os deficientes auditivos, abençoando os presentes e posando para selfies, além de ter distribuído vários abraços e até deixado uma mensagem em língua gestual.

“Os doentes devem ser acolhidos na família. Por favor, não nos deixemos cair na cultura do descarte, que é proposto pelas várias colonizações ideológicas que hoje nos atacam”, advertiu.

Francisco presidiu à Missa na Santa Casa do Loreto, perante pessoas doentes, religiosos capuchinhos e monjas de clausura, antes de saudar os peregrinos reunidos e recitar a oração do ângelus, na solenidade litúrgica da Anunciação do Senhor.

A visita conclui-se após o almoço com os bispos da região.

Entre os principais documentos do atual pontificado estão as encíclicas ‘Laudato si’, dedicada a questões ecológicas; a ‘Lumen Fidei’ (A luz da Fé), que recolhe reflexões de Bento XVI; e as exortações apostólicas ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho), ‘Amoris Laetitia’ (A alegria do amor) e “Gaudate et Exsultate”, sobre o chamamento à santidade no mundo atual.

A Exortação apostólica pós-sinodal «Christus Vivit» vai ser publicada a 2 de abril.

OC

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Agência ECCLESIA

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