Ordens Dominicanas em Portugal dinamizam apelo à oração do Rosário
Lisboa, 07 out 2022 (Ecclesia) – A irmã Alzira Ferreira e o padre José Manuel Fernandes, religiosos Dominicanos, explicaram hoje a relevância da devoção do rosário na atualidade, no dia em que a liturgia Católica assinala a memória obrigatória da Virgem Santa Maria do Rosário.
“É um convite a que as famílias estejam juntas. A simplicidade da oração, não são necessárias muitas palavras. Tanto os mais pequenos, como os mais velhos, podem rezar juntos, em família, meditando mais brevemente, mais longamente nos mistérios, com a Bíblia, com os Evangelhos, ou mesmo as coisas mais simplificadas”, disse o padre José Manuel Fernandes, em declarações à Agência ECCLESIA.
O prior da Província Portuguesa da Ordem dos Pregadores (Dominicanos) explica que a oração do terço não é monotonia, repetitiva, mas tem antes “uma exigência interior”, é necessário concentração.
“Vivemos num tempo de muito ruído, e de muitas solicitações, preocupações, a nossa cabeça tem sempre muitas coisas a pensar. Neste caso o Terço pede a despojar-se para poder concentrar-se naquilo que meditamos”, desenvolve.
Para a irmã Alzira Ferreira a oração do terço “é cada vez mais fundamental e necessária nas famílias”, e lembrou que na sua família “sempre se rezava o terço” e era à volta de família que evocavam Maria e “criava muita união”.
“A oração é uma necessidade urgentíssima para que as famílias possam realmente construir a unidade e viver na paz”, acrescentou a provincial da Congregação das Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena.
O padre José Manuel Fernandes recorda que, no tempo da pandemia Covid-19, dinamizaram várias iniciativas, “mesmo a nível da catequese, com as crianças”, de rezar o terço, pela plataforma Zoom (online), “é uma oração muito adaptável, e pelo facto de ser simples também chega mais rápido”.
A Liturgia Católica celebra hoje a memória obrigatória da Virgem Santa Maria do Rosário, um apelo à oração do Terço que em Portugal é dinamizado pelas ordens e congregações religiosas Dominicanas.
Segundo a irmã Alzira Ferreira a tradição do rosário na Ordem Dominicana remota desde a sua origem, do fundador: “Há quem diga que está associado mesmo à entrega do rosário de Maria a São Domingos”.
“Era tradição dos monges beneditinos e agostinianos rezarem os Salmos e como no início da ordem nem todos sabiam ler, começou a adotar-se esta oração mais simples, mas que não deixa de ser tão profunda quanto os salmos”, desenvolveu.
O provincial dos Dominicanos, a Ordem dos Pregadores, destaca que a oração do rosário se enquadra no “trabalho de pregação popular” destes religiosos, “uma pregação junto do povo simples”.
“Mais do que simplesmente recitar o Pai-Nosso e as Ave-Marias, está também a meditação dos mistérios da vida de Cristo. A oração do rosário procura introduzirmo-nos nos mistérios da vida de Jesus, desde antes da sua conceção, nascimento, a sua paixão e morte, e ressurreição. Tornou-se um meio de pregação, de oportunidade de falar às populações da vida de Cristo”, acrescentou.
O padre José Manuel Fernandes, que destacou a ligação da ordem religiosa a Nossa Senhora desde a sua origem, assinala que em Portugal há várias referências a Confrarias de Nossa Senhora do Rosário, e a primeira que têm notícia “é do século XV, em Lisboa, no Convento de São Domingos, e a partir dai uma grande divulgação no norte do país, no centro”.
PR/CB