Genebra, Suíça, 26 set 2012 (Ecclesia) – O observador do Vaticano junto das instituições da ONU em Genebra, na Suíça, criticou as tentativas de incluir o acesso ao aborto nos programas de combate à mortalidade materna.
“A Santa Sé não considera o aborto ou os serviços abortivos como uma dimensão da saúde reprodutiva”, disse D. Silvano M. Tomasi na 21ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, que decorre até sexta-feira.
Na intervenção, enviada à Agência ECCLESIA, o arcebispo italiano lembrou que 287 mil mulheres morreram em 2010 devido à falta de condições para o parto, número que considerou “verdadeiramente trágico”.
Segundo este responsável, no entanto, o relatório apresentado na reunião oferece “uma visão enviesada da causalidade nesta emergência de saúde para mães e crianças”.
“Muitas mortes maternas seriam evitáveis com cuidados de saúde básicos, nutrição adequada e cuidados obstetrícios competentes ao longo da gravidez, parto e pós-parto”, destacou o arcebispo.
Para o observador da Santa Sé não é possível dar prioridade ao aborto, “cujo objetivo principal é eliminar a vida de uma criança” sobre as intervenções antes elencadas e que se destinam “a salvar as vidas tanto da mãe como dos filhos”.
A delegação do Vaticano manifestou “sérias preocupações” a respeito das recomendações feitas no sentido de promover o acesso aos chamados “contracetivos de emergência” e o “aborto seguro”.
“A Santa Sé sublinha que esta atenção completamente desequilibrada à saúde sexual e reprodutiva não consegue captar as causas complexas que estão subjacentes à mortalidade materna”, prosseguiu D. Silvano Tomasi.
OC