Igreja/ONU: Dia Mundial do Refugiado sem «portas fechadas»

Francisco associou-se a celebração anual promovida pelas Nações Unidas

Lisboa, 20 jun 2015 (Ecclesia) – O Papa associou-se à celebração do Dia Mundial do Refugiado, que a ONU promove hoje, pedindo que a comunidade internacional atue de forma “concertada e eficaz” para prevenir as causas das “migrações forçadas”.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, há um “claro crescimento de pessoas forçadas a deixar suas casas”, um número que atingiu o nível recorde de 59,5 milhões de pessoas no final de 2014.

“Rezemos por tantos irmãos e irmãs que procuram refúgio longe da sua terra, que procuram uma casa onde possam viver sem medo, para que sejam respeitados na sua dignidade”, apelou Francisco, na audiência pública desta semana, a respeito da celebração de hoje.

“Convido-vos a todos a pedir perdão pelas pessoas e instituições que fecham a porta a estas pessoas que procuram um lar, uma família, que procuram ser protegidos”, prosseguiu.

O Papa deixou uma palavra de encorajamento ao trabalho dos que “levam uma ajuda” às populações refugiadas.

O relatório Tendências Globais (Global Trends), do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), revela que as deslocações globais de população “atingiu um nível recorde e está a acelerar rapidamente” sendo provocadas por guerras, conflitos e perseguições.

O Alto-comissário da ONU para Refugiados considera que se está perante “uma mudança de paradigma”, uma “nova era” onde a escala do deslocamento global e a resposta necessária “é claramente superior a tudo que já aconteceu até agora”.

“É aterrador verificar que, de um lado, há cada vez mais e mais impunidade para os conflitos que se iniciam, e, por outro, há uma absoluta inabilidade da comunidade internacional em trabalhar conjuntamente para dar fim às guerras e construir uma paz perseverante”, afirmou o português António Guterres.

O documento do ACNUR contabiliza que nos últimos cinco anos pelo menos “15 conflitos começaram ou foram retomados”: “Oito em África – Costa do Marfim; República Centro Africana; Líbia; Mali; nordeste da Nigéria; República Democrática do Congo; Sudão do Sul e Burundi; três no Médio Oriente – Síria; Iraque e Iémen; um na Europa – Ucrânia e três na Ásia – Quirguistão e em diferentes áreas de Mianmar e Paquistão”.

O relatório ‘Tendências Globais’ indica também que metade dos refugiados no mundo “são jovens e crianças até 18 anos de idade”.

O Conselho Português para os Refugiados revela por sua vez que até maio de 2015 foram apresentados 387 pedidos de proteção internacional em Portugal, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

Esta data vai ser assinalada com um sarau cultural, pelas 21h00, no auditório Ângelo Vidal D'Almeida Ribeiro do Centro de Acolhimento para Refugiados (Bobadela).

CB/OC

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