Projeto com raiz solidária estreia esta quinta-feira no Estoril e bilheteira reverte para centro social
Estoril, 06 out 2016 (Ecclesia) – ‘Calcutá: um musical sobre a santa dos últimos’ vai estar em cena no auditório da Sra. Boa Nova, no Estoril, entre hoje e 16 de outubro, e a encenadora Matilde Trocado quer “transmitir a sensação” vivida na cidade indiana.
“Cada vez mais gosto de falar sobre ela e contar o que sei porque há coisas extraordinárias. É uma grande honra e uma grande responsabilidade porque é um exemplo tão inspirador, uma vida tão grande que traduzir isso em cena e pôr em palco é um desafio”, disse à Agência ECCLESIA, que assistiu a um ensaio.
Matilde Trocado começa por explicar que este é um “tema ou o conceito ideal para um musical” porque a Madre Teresa foi canonizada pelo Papa Francisco a 4 de setembro.
“Fiquei um bocadinho assutada ao início”, comentou a entrevistada que antes de começar a escrever o musical viajou para Calcutá e viveu a experiência da cidade indiana que quer transmitir ao público.
Segundo Matilde Trocado, Calcutá é “muito especial” e aos olhos de um ocidental “um bocadinho duro”, mas adianta que foi “muito inspirador” conhecer pessoas que conviveram com a nova santa e estar nos lugares em que ela habitou.
“O som, o cheiro, as pessoas, o calor, todas essas coisas ajudaram-me muito no trabalho criativo”, sublinha a encenadora, que quer transmitir a sensação de Calcutá, pelo que se construiu “um cenário com elementos de lá”, como “panos, objetos”.
A também responsável pelos musicais ‘Godspell’ e ‘Wojtyla’, respetivamente de 2015 e 2010, destaca que ‘Calcutá: um musical sobre a santa dos últimos’ é também “uma caminhada espiritual”, porque a Madre Teresa “desafia a isso em tudo o que diz”.
Francisca Líbano Monteiro é uma das atrizes e começa por interpretar a pobreza de Calcutá, numa mulher “desesperada” à procura de algo que considera ser a “luz”; na segunda parte da peça faz de Missionária da Caridade e é chamada “a levar essa luz aos mesmos pobres”.
A estudante de enfermagem, de 24 anos, decidiu participar no musical por “gostar muito de música” e por acreditar que através da música pode “levar Deus aos homens e mostrar que este amor de Deus constrói-se em equipa e cada um com os seus talentos”.
Já Salvador Seixas vai interpretar três papéis ao longo da peça – cidadão de Calcutá, anjo e jornalista – e, para além dos musicais, foi “essencialmente” cativado pela história da Madre Teresa”.
“Sendo católico a história inspira não só pela sua vocação mas pela maneira como lidou com um problema mundial, a pobreza não só física mas também espiritual”, explicou à Agência ECCLESIA.
Todos os lucros do musical ‘Calcutá’ vão reverter para o Centro Paroquial do Estoril, a Instituição Particular de Solidariedade Social tem por objetivo contribuir para a dignidade humana na freguesia de Cascais, no Patriarcado de Lisboa.
Segundo explicou o pároco do Estoril, a Madre Teresa é uma pessoa que “diz muito a todos” como “inspiradora do centro social”, onde insere-se o Colégio da Boa Nova porque também tentam “ajudar muita gente e o seu exemplo, e agora interceção, são fundamentais”.
“Todos precisamos de ouvir que é preciso amar mais e vale a pena amar”, observou o padre Paulo Malícia explicando que no palco e na plateia “vão juntar-se periferias sedentas de amor, de dar amor”.
‘Calcutá: um musical sobre a santa dos últimos’ vai estar em cena no auditório da Senhora da Boa Nova.
SN/CB