Igreja/Mundo: Existência de crianças migrantes sozinhas «é um insulto à dignidade humana» denuncia Santa Sé

Observador permanente da Igreja Católica na ONU falou ao Conselho dos Direitos Humanos

Lisboa, 12 jun 2017 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas falou sobre "crianças e adolescentes migrantes não acompanhados e direitos humanos"  nas Nações Unidas, onde afirmou que a comunidade internacional deve combater esse “insulto à dignidade humana”.

“Este é um insulto à dignidade humana e toda a comunidade internacional deve envidar todos os esforços para responder a tais sofrimentos e privação de direitos humanos fundamentais consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança”, afirmou D. Ivan Jurkovicl.

Na comunicação hoje enviada à Agência ECCLESIA, D. Ivan Jurkovicl  disse que as crianças migrantes que fogem sozinhas “não têm acesso” a educação e cuidados de saúde e “enfrentam o grande risco de vulnerabilidade”.

Neste contexto, o arcebispo esloveno denunciou os traficantes de seres humanos, predadores sexuais e “outras pessoas sem escrúpulos que desejam causar danos a crianças e adolescentes”.

O observador permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas participou num painel de discussão sobre ‘crianças e adolescentes migrantes não acompanhados e direitos humanos’, na 35.ª Sessão do Conselho dos Direitos Humanos, dia 9 de junho.

O arcebispo esloveno recordou que na última sessão do Conselho dos Direitos Humanos a Santa Sé, com a Comissão Internacional de Migração Católica (ICMC) e a Caritas Internationalis, chamou “a atenção para os motivos” de existirem tantas crianças migrantes sem proteção dos pais, ou outros familiares, e como “responder a uma escalada tão dramática”.

“A Santa Sé reitera o seu forte apelo para proteger a dignidade e os direitos fundamentais de cada pessoa e implementar, sem reservas, leis, princípios e políticas humanitárias em resposta a pessoas em movimento, especialmente não acompanhadas”, desenvolveu.

Na 35.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos na ONU, o observador permanente da Santa Sé assinalou que respeitar as crianças “é respeitar toda a humanidade”, pelo futuro e “esperança” que são, por isso, “não devem ser criminalizadas ou sujeitas a medidas punitivas” pela situação que estão a viver.

“A possibilidade de um autêntico desenvolvimento humano integral deve ser garantido para todas as crianças”, observou D. Ivan Jurkovicl.

O arcebispo esloveno recordou a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Migrantes e Refugiados 2017, onde o pontífice destacou “as dificuldades e os perigos enfrentados pelas crianças migrantes” e alertou que são “invisíveis e sem voz, escondidas dos olhos do mundo”

“Estes nossos pequenos irmãos, especialmente quando não estão acompanhados, estão expostos a inúmeros perigos. E digo-vos que são muitos”, afirmou o pontífice argentino, na Praça de São Pedro, a 15 janeiro.

O observador permanente da Santa Sé na ONU disse ainda que as crianças migrantes não acompanhadas “são a evidência dramática de desigualdades” e questionou como se pode garantir a sua proteção e desenvolvimento.

CB

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Agência ECCLESIA

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