Igreja/Migrações: D. Joaquim Mendes apela a esforço conjunto para «eliminar as causas mais visíveis das emigrações forçadas»

Membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana reforçou, em Fátima, alertas lançados em mensagem do Papa Francisco

Foto: ACNUR

Fátima, 13 ago 2023 (Ecclesia) – D. Joaquim Mendes, membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, sublinhou este sábado, em Fátima, a necessidade de identificar e encontrar soluções par a as “causas de emigração” forçada no mundo contemporâneo.

“O Papa refere que para eliminar as causas mais visíveis das emigrações forçadas contemporâneas, como a pobreza, o medo, o desespero, é necessário o empenho de todos, cada qual segundo as próprias responsabilidades, começando por nos perguntarmos o que podemos fazer, mas também o que devemos deixar de fazer, como deter a corrida às armas, o colonialismo económico, a pilhagem de recursos alheios, a devastação da nossa casa comum”, referiu o bispo auxiliar de Lisboa, na conferência de imprensa de apresentação da Peregrinação Nacional dos Migrantes.

A celebração, no Santuário de Fátima, marca o encerramento da 51.ª Semana Nacional das Migrações, promovida pela Igreja Católica em Portugal, este ano com o tema ‘Livres de escolher: se ficar ou emigrar’.

O tema é inspirado pela mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado 2023, que se celebra em setembro.

Segundo D. Joaquim Mendes, o direito permanecer na própria terra “precede e é mais profundo e mais amplo ao direito de emigrar”.

“Guerras, violência, desastres naturais e carestias são alguns dos fatores que constringem a emigrar. Mas existem também a pobreza, a falta de perspetivas reais de vida para si e para a própria família, que minam a liberdade de escolha de emigrar, que obrigam a emigrar”, advertiu o responsável católico.

Para reduzir as migrações forçadas todos os atores políticos e sociais são chamados a um comum empenho para a cessação de todos os conflitos e a prevenção dos desastres naturais, particularmente aqueles que são causados pela exploração abusiva dos recursos naturais”.

O membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana apelou a uma “boa política”, ao serviço das populações mais vulneráveis, e a um compromisso da comunidades internacional em favor dos países mais pobres.

Quanto a Portugal, país “historicamente marcado pela emigração”, o bispo auxiliar de Lisboa sustentou que os migrantes “não são um problema, mas um recurso”.

“São eles que, em grande parte, asseguram o funcionamento de vários setores económicos e sociais”, declarou, alertando para um “um distanciamento entre o discurso oficial e a realidade que causa desconfiança e revolta”.

D. Joaquim Mendes sublinhou o “desafio” de trabalhar “na integração e na inclusão” de quem chega ao país, no “pleno respeito pelos direitos humanos e promoção de um desenvolvimento realmente autêntico e integral”.

OC

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