Igreja/Media: Redes sociais são lugar de construção de uma «Igreja de escuta» – Maria Teresa Seromenho

Trabalho de oito meses, na JMJ, sublinhou capacidade de «ouvir e criar comunidade»

Foto: Lusa

Lisboa, 19 set 2023 (Ecclesia) – Maria Teresa Seromenho trabalhou durante oito meses na Fundação JMJ Lisboa 2023, produzindo conteúdos para as redes sociais, e disse à Agência ECCLESIA que o mundo digital pode ser um espaço de escuta, para a Igreja.

“Não estamos a comunicar só para as pessoas que são católicas. Esse, se calhar, é o maior desafio: nas redes sociais, falamos para toda a gente e, através delas, podemos conseguir evangelizar e chegar ao coração de outras pessoas”, refere a jovem, numa entrevista a respeito das próximas Jornadas Nacionais de Comunicação Social.

A iniciativa, organizada pelo SNCS, vai decorrer na Domus Carmeli, Fátima, entre quinta e sexta-feira, com o tema “Geração 2023, todos ligados: e a Igreja?”.

Maria Teresa Seromenho destaca a importância das redes sociais para a comunicação, por permitirem uma “relação muito pessoal”, com o público.

“O Papa Francisco pede-nos isso, que a Igreja seja uma Igreja de escuta, que ouça muito. Nas redes sociais conseguimos, efetivamente, ouvir e criar comunidade, porque as pessoas gostam de se sentir ouvidas, de fazer parte”, precisa.

A entrevistada recorda a experiência na JMJ, afirmando que “superou qualquer expectativa”.

“Aceitei logo o desafio, porque era um projeto em que acreditava. Nem pensei duas vezes”, indica, assumindo que foi um desafio exigente, pela “dimensão” do encontro.

“Comunicar em 20 idiomas era para isso, comunicar a jornada a toda a gente, levar Cristo a todos, este encontro vivo de Cristo, entre os jovens”, observa.

A diversidade de línguas e participantes obrigou a uma “sensibilidade cultural”, na partilha de conteúdos, mantendo a “identidade visual”.

Para Maria Teresa Seromenho, uma das lições que fica do encontro mundial é a capacidade de “comunicar a mensagem de Cristo de forma leve, que chegue aos jovens”, acrescentando que viu uma “transformação enorme” em muitos dos que trabalharam na JMJ 2023.

A Jornada pode ser um grande ponto de viragem, agora podemos colher muitos frutos. Não temos de seguir ‘ipsis verbis’ tudo o que fizemos, mas temos aqui uma base muito estável que podemos aprofundar, desenvolver, estando nas redes sociais para falar sobre a Igreja de forma leve e ouvir os jovens, porque eles querem ser ouvidos, querem muito ser ouvidos”.

As Jornadas Nacionais de Comunicação Social começam com uma conferência do secretário do Dicastério para a Comunicação (Santa Sé), mons. Luceio Ruiz, sobre o tema “Geração 2023: Escutar para comunicar” e terminam com a apresentação do tema “Todos ligados: Jovens em comunicação com e nas instituições”, por Diogo Belford, da agência de comunicação Cunha&Vaz.

O programa inclui ainda dois painéis para projetar a comunicação a partir da apresentação e do debate com jovens.

O programa das jornadas, assim como as indicações de participação e inscrição estão disponíveis online.

OC

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