Mensagem para o 54.º Dia Mundial das Comunicações Sociais foi apresentada em Bragança
Bragança, 24 jan 2020 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. João Lavrador, disse hoje que o Papa Francisco desafia todos a uma “comunicação positiva”.
“O Papa desafia-nos, a todos nós: quer fazer de toda a humanidade, de cada ser humano, um comunicador”, referiu o responsável católico, na apresentação da mensagem de Francisco para o 54.º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que decorreu este ano em Bragança.
O texto tem como tema “‘Para que possas contar e fixar na memória’ (Ex 10, 2). A vida faz-se história”, centrando-se no papel central que a “narração” tem na história do ser humano.
D. João Lavrador assinala a responsabilidade acrescida dos profissionais de comunicação no esforço de “estabelecer relação com o outro, no sentido de uma comunicação positiva”, com a “narrativa de histórias boas” e a preservação da memória.
“Recordar é colocar no coração. E a partir do coração, de cada ser humano, então, como que moldar essa renovação que há de colocar o futuro numa perspetiva melhor”, refere.
A Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2020 foi apresentada pelos coordenadores do setor da comunicação da Conferência Episcopal Portuguesa, num dia em que o bispo de Bragança-Miranda convida, tradicionalmente, os jornalistas para um pequeno-almoço, assinalando o dia do padroeiro, São Francisco de Sales.
D. José Cordeiro afirmou que “conhecer história de bem, de verdade, de justiça, de harmonia” e contá-las aos outros “é uma maneira de contagiar” os outros.
“Esta mensagem suscita a fazer memória. A memória é o horizonte da esperança e o horizonte da história, sem memória não há história, até porque podemos correr o risco, não havendo memória, de repetir a história, e há coisas muito más que não queremos nem devemos repetir”, disse o bispo de Bragança-Miranda, a respeito da mensagem do Papa.
Segundo o responsável, há muitas maneiras de ser “artesão da paz, do bem”, e os profissionais da comunicação social têm um “dever acrescido” porque, “às vezes, o bem passa ao lado”, por exemplo, “pela pressão da própria orgânica dos órgãos de comunicação social”.
“O bem faz sempre bem e pode fazer mais bem em melhor, claro que o contrário também é verdade mas o esforço diário é de fazer o bem e evitar o mal”, explicou D. José Cordeiro, realçando que mesmo na apresentação dos casos de “não bem ou até de mal” pode-se “fazer suscitar” nos outros “a sua responsabilidade ou corresponsabilidade na construção do bem maior”.
O bispo de Bragança-Miranda assinalou que na história da Igreja, quando se faz a narrativa dos santos, “da vida das pessoas boas”, é para dizer que “é possível”, que não se pode “desistir” porque, “às vezes, há vontade de desistir diante das dificuldades, diante das complicações da vida”.
“Conhecendo história de bem, de verdade, de justiça, de harmonia e poder contá-las aos outros, é uma maneira de contagiar para que esse bem possa ser partilhado e suscite noutras pessoas a vontade de fazer o bem”, indicou.
Isabel Figueiredo, diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS), destacou a “ótima estreia” da opção da descentralização da apresentação da mensagem do Papa, um texto muito “assertivo”, que procura falar a cada pessoa.
“O maior desafio é obrigar-nos a pensar, com a nossa cabeça e o nosso coração”, referiu aos jornalistas.
A diretora do SNCS aponta ao desafio de denunciar de “forma construtiva”, tendo consciência do “impacto na vida dos outros”.
“O jornalismo, os comunicadores, têm a capacidade de dizer o bem e têm a capacidade de dizer o mal”, de o “alimentar”, adverte.
A mensagem do Papa é publicada por ocasião da festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, no dia 24 de janeiro.
PR/CB/OC
O Dia Mundial das Comunicações Sociais foi a única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II, no decreto ‘Inter Mirifica’, em 1963; assinala-se no domingo antes do Pentecostes (24 de maio, em 2020). |
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