Igreja Matriz de Lorvão mostra altares restaurados

A Igreja Matriz de Lorvão, no concelho de Penacova (Coimbra), exibe a partir de ontemos seus dois retábulos laterais restaurados, após uma intervenção realizada por formandos do Centro de Formação Profissional do Artesanato (CEARTE). Segundo Luís Rocha, director do CEARTE, as intervenções nos dois altares foram efectuadas pelos formandos do curso de Restauro de Madeiras e Arte Sacra, ao abrigo de um protocolo de cooperação com a paróquia de Lorvão. “Os retábulos foram restaurados de uma forma magnífica, tendo sido aplicado ouro de lei”, disse o responsável à agência Lusa, adiantando que a intervenção dos agora técnicos de restauro foi acompanhada por uma equipa de especialistas que “garante o apoio, autenticidade e o respeito pelas obras originais”. Lorvão destacou-se, na história da Igreja em Portugal, pela importância do seu mosteiro cisterciense, que a partir dos séc. XI-XII se tornou um dos mais notáveis centros religiosos e culturais do território. A época da fundação exacta do Mosteiro de Lorvão tem sido colocada no século VI, quando é pela primeira vez identificada a paróquia suevo-visigótica de “Lurbane”; mas será talvez mais provável colocar a sua fundação na sequência da primeira reconquista de Coimbra (878). No século X a sua importância era já considerável, e esse estatuto manteve-se ao longo de toda a Idade Média. Depois de ter estado na posse dos Beneditinos, o mosteiro passou para a Ordem de Cister por imposição de D. Sancho I e envolvimento do próprio Papa em 1211. Da fase românica conservam-se interessantes capitéis nas capelas do claustro, apesar de tudo o resto ter desaparecido. Testemunho ca cultura cisterciense. As campanhas de obras que conferiram ao Mosteiro o aspecto que hoje possui datam dos séculos XVII-XVIII. Durante cerca de século e meio, em especial desde 1748, ano em que se iniciaram as obras da campanha joanina da igreja, procedeu-se à mobilação litúrgica e artística. No campo da talha setecentista, o Mosteiro do Lorvão constitui uma referência fundamental à escala nacional, com especial destaque para o cadeiral do coro-baixo, magnificamente decorado com figuras de mártires e monges, obra que deverá datar da década de 50 do século XVIII. Apesar de disperso por vários proprietários e outras tantas funcionalidades, o Mosteiro de Lorvão merece a atenção do IPPAR numa lógica de intervenção por ciclos, resgatando e posteriormente valorizando este conjunto, tendo em vista a sua inclusão nos planos relativos ao Património de Cister. A classificação compreende os túmulos de Santa Teresa e Santa Sancha. O Mosteiro do Lorvão é Monumento Nacional pelo Dec. 16-06-1910, possuindo uma Zona Especial de Protecção pelo Dec./Port. DG. N.º 269, 2.ª Série 18/11/1960.

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