Igreja: Mais de uma centena de religiosos foram mortos, raptados ou presos durante 2022, revela fundação pontifícia

Ajuda à Igreja que Sofre fala em balanço «assustador»

Lisboa, 29 dez 2022 (Ecclesia) – A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) contabilizou, em 2022, mais de uma centena de assassinatos, raptos ou prisões de religiosos católicos.

“Nigéria, na África, China, na Ásia, e Nicarágua, na América Latina, são países em destaque quando se olha para o ano que agora termina e se procura perceber como foi a violência contra a Igreja em todo o mundo. O balanço é assustador. E a contabilidade faz-se de muitas formas”, indica uma nota divulgada pelo secretariado português da AIS.

“A Fundação AIS lança um apelo a todos os países envolvidos para que se empenhem em garantir a segurança e a liberdade dos padres, religiosas e outros agentes pastorais, que servem indiscriminadamente os mais necessitados e tantas vezes em situações de perigo”, refere a instituição católica.

A AIS dirige-se ainda a amigos e benfeitores em todo o mundo, pedindo-lhes que “rezem por aqueles que permanecem em cativeiro, bem como pelas comunidades e famílias dos que perderam as suas vidas ao serviço da Igreja ao longo deste ano”.

Segundo os dados recolhidos pelo Departamento de Comunicação da Fundação AIS Internacional e divulgados no final de 2022, nos últimos 12 meses foram assassinados “pelo menos, de 17 sacerdotes e irmãs”.

Só na Nigéria foram mortos sete sacerdotes. Quatro, no desempenho das suas missões na Igreja, e mais três que acabariam assassinados após terem sido vítimas também de rapto. Em outros dois países houve também mortes violentas a registar. No México, três padres foram vítimas dos cartéis da droga que têm o país sequestrado pela crueldade e medo, enquanto na parte oriental da República Democrática do Congo dois sacerdotes foram baleados mortalmente também durante o corrente ano”.

A AIS destaca o “elevado” número de raptos de sacerdotes e irmãs, informando que, durante 2022, houve um total de 42 padres sequestrados em diferentes países, dos quais 36 acabaram por ser libertados; em três situações, na Nigéria, os sacerdotes acabaram por ser assassinados, havendo três outros padres que continuam desaparecidos, dois na Nigéria e um no Mali.

Os dados identificam 32 casos de pessoas ligadas à igreja e que foram detidas, sob ameaça, ao longo do ano, incluindo quatro sacerdotes da Igreja greco-católica ucraniana que se encontravam a trabalhar em regiões ocupadas pela Rússia.

Outro país no centro das preocupações da Fundação AIS é a Nicarágua, na América Central, onde 11 membros do clero foram detidos ao longo dos últimos meses; D. Rolando Álvarez, bispo de Matagalpa, que está em prisão domiciliária desde 19 de agosto, e deverá comparecer em tribunal no próximo dia 10 de janeiro, enfrentando a acusação de “atentado à integridade nacional”.

OC

 

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