Bispo de Setúbal admite promover «caminhada sinodal» com jovens da diocese e diz que contas do encontro mundial vão ser «boa notícia»
Lisboa, 24 nov 2023 (Ecclesia) – O cardeal D. Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, disse que o encontro mundial e a visita do Papa são uma “oportunidade” que a Igreja Católica em Portugal tem de aproveitar, na sua relação com as novas gerações.
“Nós não podemos perder esta oportunidade”, sustenta o bispo de Setúbal, convidado da entrevista semanal conjunta Ecclesia/Renascença, publicada e emitida aos domingos.
O responsável falava no contexto do 38.º Dia Mundial da Juventude, que a Igreja Católica celebra hoje, a nível diocesano, três meses após o encontro mundial de Lisboa, com mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas.
O cardeal português indica que o Papa deixou os jovens católicos portugueses “no topo de uma onda”, após quatro anos de preparação, e agora “cada um, no seu território, está a tentar aproveitar e não perder estes jovens”.
“O que me chega do que está a acontecer no terreno é muito positivo”, acrescenta.
Em Setúbal, o Dia Mundial da Juventude vai ser celebrado no Santuário de Cristo-Rei, um local “muito especial”, refere o bispo sadino, que elogia o caminho “sinodal, de escuta” que os jovens estão a fazer.”
“Estou tentado, com eles, a fazer uma espécie de caminhada sinodal até 2025”, adianta, dando como exemplo o que vai acontecer na Diocese de Coimbra, por iniciativa de D. Virgílio Antunes.
Na sua mensagem para este dia, o Papa renova os seus elogios à JMJ Lisboa 2023, afirmando que o encontro mundial na capital portuguesa “superou todas as expectativas”.
“Portugal, os portugueses, não me canso de repetir, merecem toda a nossa homenagem e gratidão”, afirma D. Américo Aguiar, considerando que a gratidão pontifícia deve ser “motivo de alegria para todos os portugueses, todos os envolvidos”.
Uma delegação da JMJ Lisboa 2023 vai ser recebida por Francisco, no próximo dia 30 de novembro, no Vaticano.
O cardeal português adianta que a comitiva vai integrar dois jovens de cada diocese, voluntários e colaboradores da Fundação JMJ, além de empresas, benfeitores, patrocinadores e parceiros, num total de “várias centenas de pessoas”.
O entrevistado recorda que as contas da organização se fecham a 31 de dezembro, adiantando que serão “boas notícias”.
“Haverá um superavit que será reencaminhado, como temos dito, para projetos, de acordo com decisão do Governo, da Câmara de Lisboa, da Câmara de Loures e da Igreja”, precisa.
D. Américo Aguiar assume preocupação com os jovens “nem-nem”, excluídos do mercado laboral, da formação e do mundo académico.
“É um desafio que nós, Igreja e sociedade civil e os eleitos, temos de olhar com especial enfoque, porque é uma fase da vida decisiva para construir o futuro”, adverte.
Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)