Jovem português participou na reunião do Papa com jovens de todo o mundo, em 2018, fala das ligações entre esse encontro pré-sínodal, as jornadas da juventude e o Jubileu, em 2025
Lisboa, 28 nov 2023 (Ecclesia) – Rui Teixeira, um dos três jovens portugueses que participou na reunião pré-sinodal no Vaticano em 2018, afirmou que neste pós-Jornada Mundial da Juventude (JMJ) alguns dos desafios que se impõem é “rever a Pastoral Juvenil” e sair “fora da caixa”.
“É preciso também não ter medo que este Espírito, que Ele [Cristo] nos dá, abra alguns horizontes, nos dê ousadia de fazer algumas coisas diferentes”, frisou o jovem que considera que é essencial ir não só ao encontro dos jovens que se tenham “sentido inquietados pela Jornada” como daqueles que sentiram o impacto da JMJ apenas no “trânsito”.
“[É importante] procurar chegar a estas pessoas de uma forma até ousada, sair daquela pastoral muito quadrada de sempre os mesmos, sempre os mesmos conteúdos”, referiu o médico e presidente do Comité Europa Mediterrâneo da Conferência Internacional Católica do Escutismo.
Em entrevista à Agência Ecclesia, transmitida esta terça-feira, na RTP2, o jovem recordou a reunião pré-sinodal, realizada há cinco anos, que envolveu cerca de 300 participantes de todo o mundo.
“Algo que se falava em 2018 e que os jovens pediam muito era que pudessem também assumir o protagonismo na Igreja. Isso tenho a certeza de que agora, com a Jornada, o pudemos viver”, realçou Rui, que olha para a geração de 2023 com a convicção de que esta deseja “continuar a se protagonista”.
“A Jornada Mundial da Juventude é aquela celebração de maior entusiasmo, mas depois todos os anos [é fundamental] lembrar que os jovens têm que mergulhar nas suas dioceses, paróquias, movimentos, realidades e lá serem protagonistas, não ter medo de os deixar ser protagonistas”, acrescentou.
Em 2019, o Papa Francisco publicou a exortação apostólica ‘Cristo Vive’ dedicada ao jovens, na sequência da Assembleia do Sínodo dos Bispos de 2018, na qual desejou que a Igreja ouça os jovens e os ajude a encontrar a vocação.
“A Pastoral Juvenil só pode ser sinodal, ou seja, capaz de dar forma a um caminhar juntos, que implica a valorização dos carismas que o espírito dá a cada um dos membros da Igreja”, recordou o entrevistado, citando a exortação, para assinalar a importância da sinodalidade.
“Eu penso que este processo do Sínodo, que espera terminar em 2024, também nos pode ajudar na Pastoral Juvenil, e noutros âmbitos da pastoral, a caminhar juntos ou a escutar-nos uns aos outros e, de alguma forma, amparar-nos mesmo em períodos mais difíceis”, defendeu.
Para Rui Teixeira é percetível a continuidade da reunião do Papa com os jovens que teve a oportunidade de integrar: “Penso que quase todos aqueles jovens que ali estavam, esperam mais da Igreja e esperam mais de si na Igreja. Esperam mais autenticidade, esperam mais transparência e talvez agora até estejam mais preparados, com um entusiasmo redobrado para ser eles mesmos testemunhas de autenticidade, transparência e de dinamismo”.
PR/LJ
Igreja: Três jovens de Portugal vão participar na reunião pré-sinodal no Vaticano