Delegação de Portugal adequa propostas analisadas a circunstancias concretas
Paulo Rocha, enviado da Agência ECCLESIA a Barcelona
Barcelona, Espanha, 31 mar 2017 (Ecclesia) – D. António Moiteiro, membro da Comissão Episcopal Educação Cristã e Doutrina da Fé, disse a Agência ECCLESIA que a Igreja Católica em Portugal enfrenta o desafio de formar catequistas para a “experiência vital” de encontro com Cristo.
“O catequista é aquele que deve ajudar o catequisando a fazer o encontro pessoal com Cristo”, afirmou o bispo de Aveiro, que participa no simpósio promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) sobre o acompanhamento e o discernimento vocacional, que se conclui hoje em Barcelona.
Para D. António Moiteiro, grande desafio da Igreja em Portugal é formar agentes, catequistas para que “o seu encontro pessoal com Cristo lance raízes na sua vida” e ajude “cada um pessoalmente a fazer esse encontro”.
“Se queremos catequistas para uma nova catequese têm de fazer uma experiência de Cristo para depois puderem ser testemunhas desse encontro para o seu grupo de catequese”, disse o membro da Comissão Episcopal Educação Cristã e Doutrina da Fé.
O simpósio promovido pelo CCEE debate o tema ‘Acompanhar os jovens a responder livremente ao chamamento de Cristo’ e reúne 275 representantes de 37 países da Europa, que coordenam os setores da catequese, escola, universidade, jovens e vocações nas respetivas conferências episcopais.
D. Nuno Brás, que integra a delegação de 8 representantes de Portugal, referiu à Agência ECCLESIA que “educação quer dizer acompanhar”, num processo de revelar “o que a pessoa já traz dentro de si”.
Para o bispo auxiliar de Lisboa e membro da Comissão Episcopal Educação Cristã e Doutrina da Fé, acompanhamento “é a grande palavra, seja para a catequese, seja para qualquer outro tipo de educação”.
“A catequese procura fazer surgir dentro daquele que vive no grupo de catequese Cristo, procura fazer com que encontre Cristo e cresça nesse encontro com Jesus Cristo”, recordou D. Nuno Brás.
Para Fernando Moita, diretor do Departamento da Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) do Secretariado Nacional de Educação Cristã (SNEC), para acompanhar é necessário primeiro escutar e depois “fazer caminho com”.
“É importante fazer ‘caminho com’, mais do que apontar metas, estradas ou caminhos já feitos. Os jovens gostam de ser os autores dos seus próprios percursos”, disse à Agência ECCLESIA.
Referindo-se ao professor de EMRC como mediador do acompanhamento, Fernando Moita disse que ele tem de acreditar no que “está a propor”, apresentar “valores autênticos” e “conhecer a realidade” que tem à sua frente, percebendo os “grandes anseios” dos alunos.
Para Elisa Urbano, diretora do Departamento da Escola Católica do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), é necessário “mergulhar na realidade dos jovens”, ir “ao encontro deles” e assumir o papel de “mediadores” e de “facilitadores” das novas gerações como quem “está também em crescimento”
“Se ajudamos na escola católica, como noutro âmbito, os jovens a crescer, eles também nos ajudam a crescer. Precisamos deles para nos mantermos abertos aos dinamismos de Deus que é sempre novidade”, sublinhou Elisa Urbano.
O simpósio promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa em parceria com a Conferência Episcopal Espanhola e o Arcebispado de Barcelona tem por objetivo promover o debate em torno do tema do Sínodo dos Bispos para a Juventude, que em 2018 vai reunir no Vaticano.
PR