Celebração foi presidida pelo cardeal D. António Marto que desafiou os sacerdotes a rejeitar a «psicologia de príncipes»
Leiria, 25 abr 2021 (Ecclesia) – O cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, presidiu hoje à ordenação sacerdotal do padre Jorge Fernandes e afirmou que os sacerdotes devem ser “pastores próximos”, rejeitando a “psicologia de príncipes”.
“São precisos pastores próximos das pessoas, pais, irmãos, mansos, pacientes e misericordiosos, com simplicidade e sobriedade de vida, homens que não tenham a psicologia de príncipes, para usar a expressão do Papa Francisco”, disse D. António Marto na homilia da Missa de ordenação sacerdotal.
Jorge Fernandes, com 45 anos, é natural do alto Alentejo, do concelho do Crato, distrito de Portalegre, onde fez a sua escolaridade; com 19 anos foi cumprir o serviço militar obrigatório para Lisboa e depois serviu as Forças Armadas durante 10 anos, na Academia Militar, e fez uma experiência de voluntariado missionário.
Durante o serviço militar, o novo sacerdote cruzou-se com o padre Luís Morouço, capelão no Exército e atual pároco dos Pousos (Diocese de Leiria-Fátima), que marcou o percurso vocacional do padre Jorge Fernandes e a opção pelo sacerdócio.
Na celebração de ordenação sacerdotal, D. António Marto disse que, num tempo em que “rareiam” as vocações ao sacerdócio, é um motivo de “alegria e esperança” ordenação de uma novo sacerdote, que acontece por tradição na Diocese de Leiria-Fátima no IV Domingo da Páscoa, Domingo do Bom Pastor e Dia de Oração pelas Vocações.
O bispo da Diocese de Leiria-Fátima evocou o modelo de Jesus, Bom Pastor, e afirmou que os sacerdotes têm por missão ser pastores, “ir ao encontro das pessoas”, reconhecendo-as e estando “despertos para as suas necessidades, ao etilo de Deus, que se manifesta em Jesus, proximidade, compaixão, ternura”.
“O pastor não pode contentar-se em saber os nomes e as datas. Há que conhecer as ovelhas com o coração”, disse D. António Marto.
O bispo de Leiria Fátima disse que o “estilo” da missão de pastores que é pedida aos sacerdotes consiste em “ir ao encontro das pessoas, atuando em nome de Jesus e não como uma “elite de funcionários”.
“O sacramento da ordem faz-te participante do amor de Cristo pelo Seu povo, da sua própria missão. És escolhido, chamado e enviado por Ele a espalhar a semente da sua palavra que traz em si o Reino de Deus, a oferecer a divina misericórdia que cura as feridas”, disse o bispo de Leiria-Fátima referindo-se ao novo sacerdote.
D. António Marto evocou exemplos “inspiradores para o ministério pastoral” dos sacerdotes, nomeadamente São José, com quem é preciso aprender a “arte da paternidade”, e beato Charles de Foucauld, que evangelizou pela bondade, mansidão para com todos e o testemunho.
“Caro Jorge: sê um pastor com coração de pai, terno, acolhedor e compassivo; sê pastor com o coração universal de irmão, irmão de todos, dos que estão próximos e andam afastados, dos santos e pecadores e sobretudo dos frágeis e dos pobres”, afirmou
No Dia Mundial de Oração pelas Vocações, D. António Marto invocou o dom de uma “primavera de vocações sacerdotais” para a Diocese de Leiria-Fátima, “tão carenciada”, e apelou à proposta do “caminho de serviço a Deus e aos irmãos” através das vocações consagradas.
A ordenação do padre Jorge Fernando decorreu na Sé de Leiria, com a presença de sacerdotes e seminaristas da Diocese de Leiria-Fátima e do Patriarcado de Lisboa, assim como sacerdotes da Diocese de Portalegre-Castelo Branco; o cardeal D. António Marto presidiu à celebração, concelebrada pelo bispo emérito de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva.
PR
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