Igreja/França: Comunidade Emaús anuncia resultados de investigação sobre fundador

Abbé Pierre é acusado de abusos e assédio sexual

Paris, 19 jul 2024 (Ecclesia) – A ‘Emmaüs International’, ‘Emmaüs France’ e a Fundação Abbé Pierre divulgaram um relatório sobre atos de “abuso ou assédio sexual” que o fundador da comunidade terá cometido entre o final da década de 1970 e 2005.

Heni Grouès, “Abbé Pierre”, fundador da Comunidade Emaús, faleceu aos 94 anos de idade, em janeiro de 2007.

Segundo o relatório, divulgado esta semana, várias mulheres acusam o fundador da comunidade de abuso sexual ou assédio.

Após uma denuncia inicial, o movimento católico lançou um “trabalho de escuta interna”, antes de contratar uma consultoria externa, a fim de “permitir que vítimas identificadas fossem ouvidas”.

Durante dois meses, entre abril e junho, foram entrevistadas 12 pessoas e recolhidos 14 depoimentos.

O resumo do relatório, publicado na terça-feira, indica que pelo menos sete mulheres “com perfis variados” foram vítimas de comportamentos equiparados a abusos ou atos de assédio sexual, cometidos pelo Abbé Pierre entre 1970 e 2005.

A maioria das mulheres que relataram contactos indesejados ou propostas sexuais eram funcionárias, voluntárias ou benfeitoras do movimento Emaús.

O relatório, citado pelo portal de notícias do Vaticano, fala de “uma imensa ferida” nas pessoas que admiravam o Abbé Pierre ou admiravam o seu compromisso em favor dos mais pobres.

O movimento Emaús saúda a coragem das pessoas que testemunharam, que permitiram trazer à luz “estes atos intoleráveis”.

A Conferência Episcopal Francesa (CEF) reagiu, em comunicado, à divulgação destes testemunhos, destacando o “necessário trabalho de verdade”.

“A CEF gostaria de assegurar às vítimas a sua profunda compaixão e a vergonha que sente por tais atos terem sido cometidos por um padre, reiterando a sua determinação de tomar medidas para tornar a Igreja um lugar seguro”, pode ler-se.

OC

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