Igreja: Fomentar o «diálogo» num tempo de «crescente intolerância religiosa»

Celebração Ecuménica Nacional decorre hoje na Sé de Setúbal

Lisboa, 24 jan 2015 (Ecclesia) – A celebração nacional do oitavário está marcada para dia este sábado, às 16h00, na Sé de Setúbal, seguindo o tema "Dá-me de beber"

O convite deste oitavário, que termina este domingo, é à “partilha de dons” entre cristãos das várias Igrejas, chamados a “quebrar preconceitos religiosos e culturais” e a fomentar o “diálogo na diversidade”.

A iniciativa mundial, este ano preparada pelos membros do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), está em destaque num texto conjunto da Imprensa Missionária (Missão Press), que reúne as publicações missionárias existentes em Portugal.

De acordo com o bispo da Igreja Lusitana (Comunhão Anglicana), Jorge Pina Cabral, o principal objetivo é “promover o diálogo entre as Igrejas e outras religiões”, num tempo marcado pelo “fundamentalismo” e por uma “crescente intolerância religiosa”.

O roteiro preparado pela CONIC parte do episódio bíblico do encontro entre Jesus Cristo e uma mulher samaritana. 

Segundo o Evangelho de S. João (4, 1-41), Jesus aproxima-se dela, pede-lhe de beber e começa a conversar com ela, apesar de judeus e samaritanos não se darem.

É com base neste “rico e sugestivo diálogo de vida”, salienta Jorge Pina Cabral, que a reflexão do oitavário se vai desenrolar, com “duas questões iniciais”:

“Qual é o caminho da unidade, a rota que devemos assumir, para que o mundo possa beber da fonte da água da vida, que é Jesus Cristo? E ainda: qual é o caminho da unidade que mostra o devido respeito pela nossa diversidade?”.

Ao longo de oito dias, o programa do oitavário pretende conduzir os cristãos num caminho de “denúncia”, de “renúncia” e de “testemunho conjunto”.

Isto através de uma “abordagem do texto bíblico” muito ao estilo da “América Latina”, ou seja, “académica” mas ao mesmo tempo “popular, procurando ter a vida quotidiana como ponto de partida”, complementa o bispo da Igreja Lusitana.

“Deste modo”, escreve o bispo da Igreja Lusitana, “procura-se que o texto bíblico ensine e transforme de forma a criar um testemunho da vontade de Deus no contexto em que vivemos”.

O material desenvolvido pela CONIC, “já editado em livro que poderá ser solicitado a cada Igreja”, foi “adaptado para a realidade portuguesa, através do trabalho desenvolvido pelo Conselho Português de Igrejas Cristãs e pela Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização”, da Igreja Católica.

“Cabe agora às diferentes Igrejas e comunidades, transpor este manancial litúrgico e bíblico, para a vida e necessidades concretas da sociedade portuguesa. Se o souberem fazer em conjunto, mais credível e transformador será o seu testemunho”, salienta Jorge Pina Cabral.

 

MP/JCP

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