Fórum internacional decorre online com participação do casal português responsável pelo Departamento Nacional do setor
Lisboa, 11 jun 2021 (Ecclesia) – Francisco Pombas, diretor do Departamento Nacional da Pastoral Familiar (DNPF) disse hoje que as famílias em Portugal são “protagonistas” da pastoral, quer na preparação para o matrimónio quer no acompanhamento e apoio a “situações irregulares”.
“Um dos focos do Ano da Família Amoris Laetitia é torná-las protagonistas da pastoral familiar e se há uma área em que, claramente, as famílias são protagonistas é a preparação para o matrimónio. Isso é transversal nas paróquias e nas dioceses”, explica o responsável, que juntamente com a esposa Isabel Pombas, participa até sábado num fórum internacional promovido pelo Vaticano.
O entrevistado sublinha marca da “sinodalidade” deste evento, a decorrer online, fruto da participação de “200 quadrados em zoom” e da receção alargada de respostas que obteve em Portugal, como preparação prévia da participação no Fórum, sobre a aplicação da Exortação Apostólica Amoris Latetitia (AL), de 2016, no país..
Francisco Pombas fala em percurso diferentes percorridos nas dioceses portuguesas, mas sublinha a sintonia nos temas propostos pelo Papa Francisco.
As dioceses têm percursos distintos, até pela sua dimensão e densidade populacional, mas no que diz respeito a temas da ‘Amoris Laetitia’, como a educação dos filhos e a preparação para o matrimónio, Portugal tem dado uma resposta muito alinhada”.
O responsável prevê um caminho assinável a realizar na “interpenetração pastoral” para maior comunicação entre diferentes pastorais e fases da vida, juntando a pastoral juvenil e universitária, e numa maior atenção à pastoral dos idosos.
Sobre outras vertentes, “nomeadamente a preparação intermédia para o matrimónio e a pastoral dos idosos”, Francisco Pombas reconhece “menos identificação com os dois temas da AL e os desafios lançados pelo Papa há cinco anos”.
Outra área em que as dioceses estão a caminhar é o acompanhamento a situações irregulares, nomeadamente “famílias feridas” pelo divórcio.
“Há experiências em Portugal que estão já divulgadas, outras estão a fazer um percurso mais lento, mas claramente é necessário estruturar as dioceses e paróquias com equipas que apoiem as famílias em dificuldades, não apenas do ponto de vista matrimonial, mas também de outra ordem, material por exemplo”, destaca.
O responsável afirma a importância de divulgar a existência destas estruturas, das “redes de famílias, gabinetes de apoio” e dar a conhecer “exemplos concretos com casais disponíveis” que possam testemunhar o seu percurso, sendo certo, acrescenta, tratarem-se de “questões delicadas, que envolvem famílias e filhos”.
Promovido pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida o Fórum Internacional parte da aplicabilidade da AL e dos caminhos que 70 países estão a trilhar respondendo à convocação do Ano da Família Amoris Laetitia, pelo Papa Francisco.
O responsável português refere a experiência que a Conferência Episcopal de Espanha está a realizar de preparação para o matrimónio, “um caminho quase catecumenal, com um período de um a dois anos”, que em Portugal não é habitual.
“Entusiasmou-nos bastante e estamos em contato com os responsáveis espanhóis para trocar mais informações sobre este percurso”, valoriza.
Francisco Pombas destaca o acompanhamento próximo aos jovens casais é fundamental e sublinha o contínuo no processo: “O casamento é um ponto de chegada na preparação para o matrimónio mas um ponto de partida para uma vida conjugal para toda a vida e esse percurso é muito importante”.
“Garantir que a opção que os namorados fazem por uma vida a dois seja uma opção consciente, preparada e que permita garantir um vínculo para toda a vida é muito focada na AL e muito realçada pela Conferência Episcopal Portuguesa”, conclui.
LS