Igreja/Família: «Encontro Matrimonial», a relação em casal, na comunidade e com Deus

Conselho Europeu do movimento mundial reuniu-se em Fátima

Fátima, Santarém, 24 mai 2016 (Ecclesia) – O casal coordenador europeu do Movimento Encontro Matrimonial (EM) acolheu o Conselho deste organismo em Fátima, com o “sonho” que os casais e sacerdotes se encontrem “consigo mesmo” para que se possam relacionar com o outro, as comunidades e com Deus.

“Se nós estivermos bem os dois a nossa relação com Deus é muito mais intensa. Nós devemos estar em relação com Deus e essa relação passa muitas vezes pela nossa relação pessoal de casal”, comentou Luísa Marques de Carvalho à Agência ECCLESIA.

Em declarações durante o Conselho Europeu em Fátima, a responsável convidou os casais a não ter “medo de experimentar viver um fim de semana” e experimentar o EM porque “as pessoas são livres de continuar ou não no movimento” e “é apenas um pontapé de saída”.

“Nós abordamos 14 temas mas só temos dois dias para o fazer, portanto, se quiserem continuar uma caminhada, depois temos outros fins de semana temáticos que vão ajudar as pessoas a evoluir”, acrescentou Luísa Marques de Carvalho.

O marido, António Marques de Carvalho, adianta que a mensagem é que todos podem ser felizes mas é preciso “aprender a trabalhar isso” porque existem técnicas como o “diálogo profundo” e procuram a “razão de ser dos sentimentos” que vivem em “cada momento, procurando com a ajuda uns dos outros”.

O professor universitário, a partir do seu testemunho, recorda que a “dimensão afetiva” pode ser colocada de parte quando se é “educado para a Ciência, só pensar o racional”.

“Dei-me conta que era uma vida pobre, amputada de uma dimensão emocional, afetiva. A ideia de controlar os sentimentos […] È necessário do ponto de vista profissional mas insuficiente para tornar a vida verdadeiramente interessante”, desenvolveu.

António Marques de Carvalho sublinha que a vida importante é a “vida de relação com os outros, na família, com os amigos, na sociedade”.

De 19 a 22 de maio, o Conselho Europeu do Encontro Matrimonial, em Fátima, congregou elementos de 12 países que representam 13 comunidades, uma vez que a Bélgica está dividida na parte flamenga e francófona.

O padre Manuel António Rocha, da Diocese de Viseu, pertence ao EM e comentou que “é sempre um privilégio” acolher o casal e o sacerdote que fazem a equipa eclesial de cada país com quem trabalham há cerca de 1 ano e meio, numa mensagem comum aplicada “em dimensão diferentes”.

O sacerdote observa que numa sociedade hedonista o matrimónio está maltratado porque as pessoas “não têm vontade nenhuma de amar” o outro mas “a si próprias” e alerta que o “egoísmo funciona de uma forma fatal”.

“Quando é necessário abrir-se ao outro, é necessário fazer um trabalho prévio que é abrir-se a si mesmo, eu creio que falta as pessoas deixarem de ter medo de si mesmas, de se abrirem a si próprias para depois puderem descobrir o outro”, desenvolve o padre Manuel António Rocha, sobre um trabalho de “descoberta” que o EM ajuda a fazer.

Para o entrevistado, é preciso trabalharem os “valores”, para que as pessoas “possam perceber” que só “sendo” é que podem “chegar ao outro” e “relacionando-se poderão crescer e chegar ao ter”, numa sociedade onde “parece que só se existe se se tiver e não se existe se se for”.

Encontro Matrimonial é um movimento mundial, nasceu nos Estados Unidos da América, e com meio século de existência está presente em cerca de 90 países dos cinco continentes.

Em Portugal, o padre Manuel António Rocha observa que o EM está a “desbravar caminho” e necessita que “os bispos abram as portas das dioceses, que conheçam mais” e que os sacerdotes “se deixem motivar”.

LFS/CB

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Agência ECCLESIA

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