Igreja/Família: D. Joaquim Mendes sublinha desafio da «reconstrução comunitária», no pós-pandemia

Peregrinação dos CPM assinala cinco anos da exortação «Amoris Laetitia», do Papa Francisco

Fátima 05 mar 2022 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal para o Laicado e Família (CELF), da Igreja Católica em Portugal, disse hoje em Fátima que a “desagregação comunitária” é um dos grandes desafios para o pós-pandemia.

“Precisamos de refazer a nossa vida eclesial”, assinalou D. Joaquim Mendes, para quem é necessário reconstruir o “tecido comunitário”, um esforço que “passa pelas famílias”.

O responsável falava no encontro/peregrinação dos Centros de Preparação para o Matrimónio (CPM), que assinala os cinco anos do documento ‘Amoris Laetitia’(2016), assinado por Francisco, após as duas assembleias do Sínodo dos Bispos dedicadas à família (2014 e 2015).

O bispo auxiliar de Lisboa agradeceu o “empenho pastoral” dos responsáveis dos CPM, em tempo de pandemia, desafiando os participantes a enfrentar a “desagregação comunitária” no período que se vai seguir à crise provocada pela Covid-19.

O presidente da CELF sustentou, citando o Papa, que a Igreja é “família de famílias”, essenciais para a iniciação cristã.

Na sua saudação inicial, D. Joaquim Mendes apelou ao “envolvimento de toda a comunidade cristã na preparação dos noivos para o matrimónio”, inserindo-a no “processo de sinodalidade” que o Papa convocou.

O primeiro conferencista do encontro foi o padre Alexandre Awi Mello, secretário do Dicastério para os Leigos, Família e Vida (Santa Sé), o qual recordou que a família foi “a primeira grande preocupação do Papa Francisco”, estando no centro das primeiras assembleias sinodais convocadas pelo pontífice, em 2014 e 2015.

O sacerdote brasileiro citou vários dados de inquéritos realizados às conferências episcopais do mundo, sobre o acolhimento da exortação ‘Amoris Laetitia’ (A Alegria do Amor), destacando que a Igreja vive a “fase de implementação” do Sínodo sobre a família

A exortação apostólica do Papa apresenta um olhar positivo sobre a família e o matrimónio, destacando que a apresentação de “um ideal teológico do matrimónio” não pode estar distante da “situação concreta e das possibilidades efetivas” das famílias “tais como são”, desejando que o discurso católico supere a “simples insistência em questões doutrinais, bioéticas e morais”.

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

O padre Alexandre Awi Mello realçou que a preparação para o matrimónio deve ser um “processo”, que envolve as várias dimensões da comunidade católica, para que os noivos “façam um caminho de fé”, também nos primeiros anos do casamento.

“Um processo onde os casais são acompanhados”, insistiu.

O colaborador do Papa sublinhou o impacto da pandemia, que levou a uma maior “criatividade pastoral” e, em muitos casos, à valorização da família como “Igreja doméstica”.

Após a intervenção, decorre uma conferência sobre “A Família hoje”, com a psicóloga Helena Rebelo Pinto e a psiquiatra Margarida Neto.

O encontro dos CPM, decorre até domingo, em regime presencial, com as normas sanitárias em vigor relativas à Covid-19, e conta com a participação de cerca de 600 pessoas.

“Obrigado pelo vosso trabalho”, disse Joaquim Valente, da Direção Nacional do CPM-Portugal, que saudou os vários responsáveis diocesanos.

Já o padre Paulo Jorge da Rocha, assistente nacional do Centro de Preparação para o Matrimónio, sustentou na sua saudação que “o amor vivido em sacramento de Matrimónio é a expressão mais bela do Deus-Amor”.

O programa do encontro/peregrinação inclui, esta noite, um programa cultural com a atuação de Claudine Pinheiro.

No domingo, D. António Augusto Azevedo, bispo de Vila Real, e um casal do CPM vão falar sobre os cinco anos da ‘Amoris Laetitia’.

OC

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