Igreja evoca o mártir leigo Domingos Jorge

A Igreja evoca esta Quarta-feira a memória do Beato Domingos Jorge, martirizado a 18 de Novembro de 1619.

Domingos Jorge nasceu em Vermoim da Maia, perto do Porto. Partiu muito jovem para a Índia, onde combateu pela fé e pela pátria. Aventureiro por natureza, empreendeu a viagem para o Japão, onde nesse tempo sucedia uma perseguição. Todos os missionários eram mortos, o mesmo sucedendo aos que os acolhiam em suas casas. Apesar destes riscos, os evangelizadores estrangeiros não quiseram  abandonar os cristãos japoneses, assumindo a missão de os instruir, animar e administrar os sacramentos.

Domingos Jorge, membro da Companhia do Rosário (antepassada da comunidade de leigos CVX), ligada aos Jesuítas, casou com uma jovem japonesa, à qual o missionário português Pe. Pedro Gomes deu o nome de Isabel Fernandes, oito dias após o nascimento.

O casal viveu perto da cidade de Nagasáqui, tendo recebido em sua casa dois missionários jesuítas – o Pe. Carlos Spínola, italiano, e o Irmão Ambrósio Fernandes, português de Xisto (perto do Porto) – além do catequista japonês João Kingoku.

O primeiro e o terceiro morreriam mártires três anos depois, no mesmo monte onde o Beato evocado esta Quarta-feira testemunhou a sua fé.

Na noite de 13 de Dezembro de 1618, o governador de Nagasáqui, Gonrócu, ordenou que fossem presos os dois missionários, juntamente com Domingos Jorge.

Após um ano de prisão, foram condenados à morte. Domingos Jorge, após escutar a sentença, pronunciou estas palavras: “Mais aprecio eu esta sentença do que se me fizessem Senhor de todo o Japão”.

Domingos Jorge quis ir descalço para o “Monte Santo”, situado à saída da cidade. O nome recorda a morte de vários mártires cristãos, desde São Paulo Miki, 22 anos antes.

A multidão seguia com interesse o que ia acontecer, mas muitos cristãos procuravam apenas as últimas exortações dos mártires. Dessa vez não houve sangue, porque Domingos Jorge e os quatro companheiros foram queimados vivos, enquanto rezavam o Credo. Dos cinco, apenas um era consagrado, Leonardo Kimura, neto do primeiro japonês baptizado por São Francisco Xavier. As suas cinzas foram lançadas ao mar.

Domingos Jorge foi beatificado por Pio IX, em Julho de 1867.

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Agência ECCLESIA

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