Bispo Auxiliar de Lisboa presidiu à Missa Exequial do fundador do CDS e lembrou um «ilustre Académico» que deixa um «legado históricono estudo, na vida académica, na nobre missão da causa pública»
Lisboa, 05 out 2019 (Ecclesia) – D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa, presidiu hoje no Mosteiro dos Jerónims à Missa Exequial de Diogo Freitas do Amaral, considerando-o um “ilustre académico” e “um dos fundadores do regime democrático português” que “nunca pode ser esquecido”.
“Foi um Estadista de craveira singular e um ilustre Académico que brilhou, por mérito próprio, nos palcos nacionais e internacionais da política e nas cátedras de Universidades conceituadas”, afirmou D. Joaquim Mendes.
Para o bispo auxiliar de Lisboa, Diogo Freitas do Amaral “deixa um precioso legado histórico construído no estudo, na vida académica, na nobre missão da causa pública e na indefetível luta pela construção de uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais solidária”.
“Foi, e isso nunca pode ser esquecido, um dos fundadores do regime democrático português, sendo-lhe reconhecida uma invulgar experiência parlamentar e governativa, quer como deputado quer no desempenho de funções ministeriais”, lembrou D. Joaquim Mendes.
O bispo auxiliar de Lisboa referiu a ação de Freitas do Amaral no plano externo, que “prestigiou Portugal ao assumir a presidência da Assembleia Geral das Nações Unidas”.
“Na sua ação política, como várias vezes declarou, procurou inspirar-se na doutrina social da Igreja”, sublinhou.
“Damos graças ao Senhor pelo dom que nos fez da sua vida e pelo bem comum que realizou, que o acompanha na viagem para a eternidade, e que perdura no tempo, como um rasto de luz para nós e para as gerações futuras”, acrescentou.
Na homilia da Missa, D. Joaquim Mendes disse que “a contemporaneidade faz da morte o tabu mais arriscado” da vida por não permitir “olhar horizontes para além da materialidade do mundo”, considerando-a “o que de mais natural a vida tem”.
No comentário às leituras da Bíblia lidas na Missa, o bispo auxiliar de Lisboa lembrou “o grito dos que sofrem”, “o silêncio indefeso dos idosos esquecidos”, “os murmúrios balbuciantes dos que dormem na rua a tiritar de frio no corpo e na alma”, “os gemidos dos doentes abandonados nos hospitais” e o “sofrimento de tantos milhares de pessoas que as intempéries e as alterações climáticas provocam”.
“As nossas lágrimas, as lágrimas de todas as faces hão de ser enxutas no paraíso de Deus onde o Senhor nos há de consolar ligando a nossa vida a uma dimensão maior, articulando-a com a imensidão, o infinito, o incontável que nos redime”, concluiu.
Natural da Póvoa do Varzim, onde nasceu no dia 21 de julho de 1941, Diogo Freitas do Amaral foi um dos fundador do CDS, em 1974, e desempenhou o cargo de vice-primeiro ministro e ministro m vários governos.
Entre 1979 e 1983 fez parte dos governos da Aliança Democrática (AD) e depois, entre 2005 e 2006, de um governo do PS, após ter saído do SDC, em 1992.
PR