Entrada solene aconteceu a 15 de abril de 2018
Porto, 11 abr 2019 (Ecclesia) – D. Manuel Linda afirmou que a Diocese do Porto, onde é bispo há um ano, é um território cheio de referências com “todas as portas”, referiu-se aos processos de canonização e disse que tem realizado um “trabalho de alegria”.
“Esta não é uma diocese de meter ao bolso. É uma diocese que nas suas instituições eclesiais, civis e demais, é um mundo de referências”, disse o bispo do Porto em entrevista à Agência ECCLESIA, após ter passado pelas 22 vigararias existentes.
Para D. Manuel Linda, o governo da diocese tem de ser feito em equilíbrio, entre o estar no gabinete e andar pelas ruas: “se andar sempre na rua, é simpático para as pessoas, mas não se governa; se estiver sempre no gabinete, serei ser um executivo mas não um pastor. Conciliar as duas é uma arte. Não sei se o consigo a 100%”, admite.
O bispo do Porto diz que encontrou na diocese um dinamismo herdado pelo seu antecessor D. António Francisco dos Santos, bispo falecido no dia 11 de setembro de 2017, que tem de “agradecer”.
“A D. António Francisco dos Santos tenho de lhe agradecer fundamentalmente ter aberto todas as portas, com o mundo da crença e com o mundo da indiferença. Porque ele abriu as portas, a mim compete-me não as fechar”, indica.
Nos próximos três anos a diocese quer investir na formação cristã dos jovens e adultos para contrariar um “catolicismo de herança” e uma formação catequética que “não dá a 100% os resultados esperados”.
O bispo do Porto dá conta de jovens e universitários, representados em movimentos e obras, que “trabalham muito coordenadamente” e uma pastoral familiar “muito dinâmica e criteriosa”, onde vão ser criadas equipas multidisciplinares para acompanhar as pessoas “na linha do Papa Francisco”.
D. Manuel Linda afirma que, no Porto, os cristãos fragilizados irão encontrar “no bispo, no clero, nos fiéis, nos leigos” o acolhimento necessário.
Também a nível de pastoral social, o bispo do Porto refere que a diocese é solidária, fruto do trabalho que as Conferências Vicentinas realizam na quase totalidade de paróquias.
Sobre processos de canonização futuros ou a decorrer, o bispo do Porto fala em novidades “para breve”, nomeadamente sobre o padre Américo.
“Sobre o padre Américo, pelo que eu sei, teremos boas notícias em breve; quanto ao D. António Barroso, segue em velocidade de cruzeiro, embora agora esperamos que ele faça a sua parte, que é o milagre. Vamos todos rezar muito ao D. António Barroso. Sobre Sílvia Cardoso, está na Congregação da Causa dos Santos e bem adiantada, embora talvez dos três é a que está mais atrasada”, afirmou.
Questionado sobre um eventual processo de canonização de D. António Francisco dos Santos, o atual bispo do Porto indica a importância da distância temporal a uma “emoção típica, de uma morte inesperada”, mas que atuará se assim se justificar.
“Quando esse sentido popular sobressair, evidentemente, introduziremos o processo de beatificação do meu antecessor”, assegura.
D. Manuel Linda afirma que é “belo” ser bispo do Porto, um “trabalho de alegria” e desenvolvido junto de uma população que o acarinha.
“Tenho três bispos auxiliares que são impecáveis, pessoas de muita categoria, colaboramos muito bem. Tenho um vigário geral e colaboradores diretos muito bons. E tenho nos meios locais, as vigararias, vigários com muito zelo, muita cultura, muito conhecedor do seu clero e me facilitam imensamente a vida”, acrescenta.
Ao chegar à diocese, foi necessário “alienar” património que, indica, “estava já pensado” para equilibrar contas, optando por “reduzir despesas” e “manter o rumo”.
O bispo do Porto assegura ainda “relações protocolares” e de “forte amizade” com as 28 autarquias que estão na diocese.
D. Manuel Linda tomou posse como bispo do Porto no dia 14 de abril de 2018 e, no dia seguinte, foi apresentado à Diocese, na Eucaristia a que presidiu na catedral.
LFS/LS/PR