Igreja em Portugal deixou adormecer o seu entusiasmo missionário

Director nacional das Obras Missionárias Pontifícias fala dos desafios lançados hoje por João Paulo II na mensagem para o Dia Mundial das Missões A Igreja Católica foi desafiada por João Paulo II a renovar o compromisso missionário, que o Papa classificou como uma “urgência” na mensagem para o Dia Mundial das Missões, hoje apresentada no Vaticano. A realidade em Portugal, marcada por uma história de missionação nos 5 continentes, conhece hoje um “adormecimento”, nas palavras do Director nacional das Obras Missionárias Pontifícias, Pe. Manuel Durães Barbosa. “O empenho missionário sempre existiu em Portugal, só que há momentos em que ele está mais vivo ou um pouco adormecido, como agora”, referiu à Agência ECCLESIA. Os responsáveis por esta área não são, contudo, pessoas de cruzar os braços e preparam já estratégias para fazer frente a esta situação. As Obras Missionárias Pontifícias, alguns membros representantes dos Institutos Missionários Ad Gentes e outras Instituições missionárias formaram uma comissão de trabalho no sentido de elaborarem um plano de actividades de cariz missionário para a Igreja em Portugal, que já foi apresentado à Conferência Episcopal Portuguesa. “Este programa quer reavivar o espírito missionário que está na alma do povo, mas que por vezes está adormecido naqueles que têm mais responsabilidades: os trabalhos e desafios que os preocupam fazem com que esqueçam o mais elementar, que é o facto de a Igreja ser missionária por natureza”, aponta o Pe. Durães Barbosa. Numa primeira fase, está prevista a realização de um Simpósio sobre a missão, na Universidade Católica em Lisboa, nos dias 3 e 4 de Junho de 2004. Num segundo momento, que coincide com o ano de 2005, vai tentar-se envolver todas as Dioceses neste processo de consciencialização missionária e será publicado, para o efeito, um pequeno livro, com a ajuda dos animadores missionários dos Institutos Missionários Ad Gentes, contendo, em pequenas lições, o essencial referente à vivência missionária da Igreja. A celebração de um Congresso Nacional de Missões será o coroar deste plano. A realização deste Congresso, em moldes ainda a determinar, está prevista para o ano de 2006. Entretanto, começam a surgir na Igreja Católica em Portugal novas formas de missão, que passam por projectos de voluntariado de alguns meses ou anos. Em 2003, foram mais de 200 os jovens que passaram o seu verão nas Igrejas Lusófonas e perto de 50 os que partiram para projectos de 1 ou 2 anos nesses países de missão, dados que são considerados pelo director nacional das OPM e secretário da Comissão episcopal das missões como muito animadores. “Antigamente havia pessoas que consagravam toda a sua vida à missão, em todo o mundo, mas hoje verificamos em toda a Igreja europeia que, faltando em número os missionários, começam a surgir leigos que fazem esta experiência”, assinala. OBRAS MISSIONÁRIAS PONTIFÍCIAS Como em todos os anos, a mensagem de João Paulo II para o Dia Mundial das Missões concluiu com uma palavra de agradecimento às OMP, assumidas pelos Papas desde 1922. “Elas têm como finalidade promover o espírito missionário em toda a Igreja, a partir de todas as faixas etárias e junto de todos os responsáveis”, explica o director nacional das OMP. A Igreja Católica confia às obras da Propagação da Fé, Infância Missionária, São Pedro Apóstolo e União Missionária a responsabilidade de alertar os católicos para a necessidade de ir ao encontro dos que não conhecem o Evangelho de Jesus. A sua colaboração não se faz apenas ao nível espiritual, mas também material, como foi possível constatar na conferência de imprensa no Vaticano, esta manhã. Nessa ocasião, o Crescenzio Sepe, prefeito da Congregação vaticana para a Evangelização dos povos, apresentou na manhã de hoje os números relativos à situação actual das missões católicas no mundo e revelou que as Obras Pontifícias Missionárias asseguram, neste momento, a manutenção de 42000 escolas, 1600 hospitais, 6000 dispensários médicos, 780 leprosarias, 12000 obras sociais e 390 seminários. Ao serviço das missões estão 1500 Bispos, mais de 85 mil padres, 450 mil religiosas e 1 milhão e 650 mil catequistas. “Na próxima estarei em Roma para juntar toda a ajuda material que recebemos, em todo o mundo, para estes projectos. Todos eles são apresentados pelas Dioceses, devidamente estudados pelas 4 obras missionárias e, depois, aprovadas pelos directores nacionais das OMP”, explica o Pe. Durães Barbosa. O documento • Mensagem de João Paulo II para o Dia Mundial das Missões

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