O problema da fome no mundo não consiste na falta de disponibilidade de alimentos, “o problema tem a ver com a distribuição, mas também com a cobiça, a discriminação, as guerras e outras tragédias”, explicou Josette Sheeran, directora-executiva do Programa Mundial de Alimentos (PAM). A responsável deste organismo das Nações Unidas falava no Vaticano durante a apresentação da mensagem de Bento XVI para a Quaresma de 2009. Josette Sheeran assegurou que com 3 mil milhões de dólares por ano seria possível eliminar a fome nas crianças que estão em idade escolar. Segundo explicou, 115 milhões de pessoas em todo o mundo carecem das necessidades básicas de comida e quase um mil milhões de pessoas não têm alimentos suficientes, o que representa 1/6 da população mundial. Também indicou que a cada 6 segundos uma criança morre de fome no mundo. Nesse contexto, reiterou que “no mundo há comida suficiente para que cada ser humano tenha um acesso adequado a uma dieta nutritiva”. “É um objectivo alcançável. Podemos eliminar a fome entre as crianças que vão à escola se houver pessoas dispostas a ajudar”, assegurou. O PAM colabora com instituições caritativas e ONG’s em todo o mundo. “As instituições católicas são parceiras chave para o PAM. Trabalhamos também com o Catholic Relief Services – a Cáritas dos Estados Unidos da América – colaborando em 15 países”, disse. Josette Sheeran destacou o compromisso e a compaixão de Bento XVI por quem passa fome no mundo. “O Papa pediu aos governos que prestassem atenção aos pobres”, disse, numa alusão às intervenções do líder da Igreja Católica sobre a actual crise económica em discursos e homilias. A directora-executiva do PAM aproveitou para dar a conhecer a campanha “Fill the Cup”, que consiste em oferecer um almoço nutritivo a crianças em idade escolar, com o custo de 1 euro por semana. “A tradição do jejum voluntário durante a Quaresma, combinado com a caridade, pode de verdade mudar a vida de uma criança”, disse. Redacção/Zenit