Igreja e Estado francês homenageiam fundadora da Obra da Propagação da Fé

Pauline Jaricot é uma referência obrigatória do movimento social e missionário da Igreja no séc. XIX Dezenas de representantes católicos de todo o mundo e autoridades francesas marcaram presença esta manhã na inauguração da casa de Pauline Jaricot (1799-1862), em Lyon. A fundadora da Obra da Propagação da Fé é uma referência obrigatória do movimento social e missionário da Igreja no séc. XIX. A sua Obra tem como objectivo promover nas Igrejas locais, a cooperação tanto espiritual como material e o intercâmbio de evangelizadores para todo o mundo. A Obra propõe-se formar “um fundo central de solidariedade para todas as missões”. “Pauline Jaricot deu provas de uma extraordinária audácia e gostaria que cada um de nós, cristãos, pudesse ser como ela: profundamente enraizada em Cristo e, ao mesmo tempo, atentos às realidades sociais que nos rodeiam”, disse o Arcebispo de Lyon, Philippe Barbarin. Na cerimónia esteve o Cardeal Crescenzo Sepe, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos. Pela primeira vez desde 1922, a assembleia anual das Obras Missionárias Pontifícias (OMP) vai decorrer em Lyon, na França, para homenagear a figura de Paulina Jaricot (1799-1862), fundadora da Obra da Propagação da Fé. A assembleia decorre até 13 de Maio, congregando os directores nacionais das OMP em 130 países. Os participantes irão examinar os pedidos de ajuda que chegam de todo o mundo, distribuindo os fundos disponíveis para diversos projectos realizados em 1500 dioceses dos cinco continentes. As Obras Missionárias Pontifícias são uma Instituição da Igreja católica que compreende quatro Obras: Propagação da Fé (1822) Infância Missionária (1843) São Pedro Apóstolo (1889) União Missionária (1916) Como Instituição da Igreja e do Papa – por isso são Pontifícias – e de cada Igreja particular, têm em comum a finalidade primeira e principal de despertar e promover o espírito missionário universal de todos os membros do Povo de Deus. Informam sobre a vida e as necessidades da Missão universal e estimulam as Igrejas a rezarem umas pelas outras e ajudarem-se reciprocamente com o envio de pessoas e de meios materiais, suscitando, assim, o espírito de solidariedade em vista da evangelização do mundo. A Igreja Católica confia às obras da Propagação da Fé, Infância Missionária, São Pedro Apóstolo e União Missionária a responsabilidade de alertar os católicos para a necessidade de ir ao encontro dos que não conhecem o Evangelho de Jesus. A sua colaboração não se faz apenas ao nível espiritual, mas também material: as OMP asseguram, neste momento, a manutenção de 42000 escolas, 1600 hospitais, 6000 dispensários médicos, 780 leprosarias, 12000 obras sociais e 390 seminários. Biografia Paulina Jaricot nasceu em Lyon (França) aos 22 de julho de 1799, numa família proprietária de uma fábrica de seda. Desde a sua infância recebeu profunda educação cristã. Após a grave doença e morte da mãe, em 1816, Paulina resolveu “servir somente a Deus”. Nesta oportunidade, fez voto privado de castidade e adoptou um estilo de vida e de vestir das mais pobres operárias. Por meio de seu irmão, Filéias, seminarista do Seminário de Saint-Sulpice, em Paris, onde se preparava para ser missionário na China, Paulina toma conhecimento e mantém-se informada da situação difícil das missões. Paulina, além de esforçar-se em dar a conhecer as necessidades das missões (pertencia também à Associação dos Padres das Missões Estrangeiras), amadurecia algo mais orgânico que poderia suscitar o entusiasmo e evoluir interiormente; algo, inclusive, que pudesse envolver todos os católicos e ser uma verdadeira ajuda para todas as missões indistintamente. Ao aparecer o grande projecto de Paulina Jaricot, que um dia se tornaria a Obra da Propagação da Fé, entra em conflito com a Associação. Nessa oportunidade, o seu irmão Filéias, recém ordenado sacerdote, sugere à irmã que se consagre, inteiramente, a uma actividade organizada em favor das missões. O mundo católico considera Paulina Jaricot como uma mulher de grande visão e de iniciativas e, às vezes, movida de profunda intuição pelas quais fundou obras percursoras de outros tempos tanto do ponto de vista espiritual como social: uma mulher de extraordinária têmpera de alma e de ampla visão das necessidades da Igreja; uma mulher verdadeiramente amante da Igreja, que viveu quase sempre incompreendida, combatida, caluniada e até perseguida pelos superiores. Paulina era de temperamento prático: todas as suas iniciativas revelam um espírito sumamente realista, capaz de dar corpo e vida a uma ideia. As autoridades eclesiásticas, que repetidamente recomendaram a Obra aos Bispos, sacerdotes e fiéis, reconhecendo em Paulina Jaricot um instrumento dócil, generoso e heróico da Divina Providência para a evangelização, introduziu a causa da Beatificação, em 18 de janeiro de 1830. Em 25 de fevereiro de 1963, o Papa João XXIII assinou o decreto que proclama a heroicidade das virtudes de Paulina Maria Jaricot.

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