Igreja: Diretor espiritual dos Cursilhos de Cristandade destaca «interpelações sérias» e concretas do Papa

Francisco recebeu 300 participantes do Congresso Mundial dos movimentos eclesiais e das novas comunidades

Lisboa, 25 nov 2014 (Ecclesia) – O diretor espiritual do Organismo Mundial de Cursilhos de Cristandade (OMCC) participou no terceiro Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades, em Roma, e destacou a “alegria e proximidade” do Papa Francisco e suas “interpelações muito sérias”.

“A primeira [interpelação] foi o regresso ao primeiro amor do carisma, o amor original que fez sair, partir cada um dos movimentos porque a estrutura a certa altura sobrepõe-se e só se vê apenas lá muito no fundo a referência”, começou por relembrar D. Francisco Senra Coelho à Agência ECCLESIA.

O bispo auxiliar de Braga explica que a segunda interpelação do Papa, este sábado, foi pedir que os movimentos eclesiais e as novas comunidades sejam fiéis ao carisma com uma “capacidade grande de renovação”, de “auscultação” dos sinais dos tempos e das necessidades da “pessoa humana e da Igreja” porque cada tempo “é um apelo” e atualmente vive-se para a saída, para “a evangelização”.

Por fim, aos cerca de 330 participantes de 100 movimentos presentes, com 60 líderes mundiais e “alguns fundadores históricos”, o Papa pediu “unidade e comunhão” porque “são realidades inseridas nas dioceses e nas paróquias” e não podem “aparecer à margem”, revela o prelado.

O comité executivo do OMCC, atualmente com sede em Portugal, é composto por seis membros e três participaram no III Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades, em Roma, entre 20 e 22 de novembro: O presidente, Francisco Salvador da Diocese de Lisboa; o diretor espiritual e bispo auxiliar da Arquidiocese de Braga; e o vogal Mário Bastos, da Diocese de Setúbal.

O encontro foi organizado pelo Conselho Pontifício dos Leigos (CPL) e teve como tema ‘A Alegria do Evangelho: uma alegria missionária’, e D. Francisco Senra Coelho assinalou que o presidente e secretário deste conselho fizeram-nos sentir “em casa” e “em fraterna comunhão”.

O diretor espiritual do OMCC comentou também o ambiente de “grande alegria” nas refeições e nas orações: “O Espirito Santo está a atuar, a renovar os movimentos que sentem uma profunda unidade à pessoa do Papa.”

Neste encontro, acrescenta o interlocutor, os participantes tiveram oportunidade de ouvir “grandes especialistas”, dos cinco continentes, sobre temas “fundamentais”.

Depois, nos painéis os responsáveis pelos movimentos eclesiais e novas comunidades dialogaram colocaram questões e partilharam “posições enriquecedoras”, disse o diretor espiritual do Organismo Mundial de Cursilhos de Cristandade.

Para o prelado, o Papa Francisco na Exortação Apostólica ‘A Alegria do Evangelho’ vem desafiar os movimentos, mais “recolhidos na liturgia, na oração” por força de “um conjunto de circunstâncias que a sociedade e a Igreja vivem”, e “às vezes numa autocontemplação e consciência de si demasiadamente fechada”.

“É hora de partir porque há muitos ambientes da sociedade onde não está presente o fermento do Evangelho. Onde a humanização acontece sem a presença cristã com marcas tremendas de solidão, de morte”, desenvolveu.

Os outros dois congressos mundiais de movimentos eclesiais e novas comunidades aconteceram em 1998 e 2006, nos pontificados de São João Paulo II e de Bento XVI.

PR/CB

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