Igreja/Desporto: Papa pede que Mundial do Catar reforce «a fraternidade e a paz entre os povos»

Francisco envia mensagem a jogadores e adeptos

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 23 nov 2022 (Ecclesia) – O Papa dirigiu-se hoje aos jogadores e adeptos do Mundial de Futebol que decorre no Catar, até 18 de dezembro, desejando que seja uma oportunidade de encontro entre vários povos.

“Desejo enviar a minha saudação aos jogadores, aos adeptos e espectadores que seguem, nos vários continentes, o Campeonato Mundial de Futebol, que se joga no Catar. Que este importante evento possa ser ocasião de encontro e de harmonia entre as nações, favorecendo a fraternidade e a paz entre os povos”, disse, no final da audiência pública semana, que decorreu na Praça de São Pedro, Vaticano.

Em setembro, Francisco assinou uma ‘Declaração sobre o Desporto’, proposta pelo Vaticano e apoiada pelos Comités Olímpico e Paralímpico internacionais, pedindo uma prática “coesa, acessível e adaptada” a cada pessoa.

A declaração surgiu no contexto da conferência internacional ‘Desporto para todos’, que a Santa Sé promoveu, envolvendo instituições e organizações desportivas e intergovernamentais.

O portal de notícias do Vaticano destacou o protesto da seleção do Irão, que esta segunda-feira não cantou o hino nacional, antes do jogo contra a Inglaterra, unindo-se aos desportistas que se têm solidarizado com os manifestantes iranianos, após a morte de Mahsa Amini.

O ‘Vatican News’ aborda ainda o elevado número de trabalhadores migrantes que morreram na construção dos estádios – 6500 segundo o jornal britânico ‘The Guardian’ ou 15 mil, segundo dados da Amnistia Internacional – e a violência contra empregadas domésticas, exploradas ou vítimas de abusos pelos seus patrões.

A Igreja Católica na Alemanha, através da ONG ‘Missio’, lançou uma campanha em que apresenta “cartão vermelho” ao Catar, por não respeitar os direitos humanos.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera que os números a que chegou a Amnistia Internacional pecam por excesso, mas admite “lacunas” no que diz respeito aos trabalhadores que morreram na construção de infraestruturas para o Mundial de Futebol.

“É preciso olhar com detalhe para os diversos números de mortes que são avançados pelas diversas organizações, incluem todas as pessoas que morreram no país e não apenas os trabalhadores envolvidos na construção dos estádios”, disse Max Tunon, chefe do escritório de projetos da OIT para o Qatar, citado pela Renascença.

OC

 

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