Igreja/Desporto: Diocese de Vila Real é tetracampeã do torneiro nacional «Clericus Cup»

Padre André Meireles, considerado um «Cristiano Ronaldo», afirma que a sua «missão em campo é fazer golos»

Foto: Clericus Cup – Portugal

Mangualde, 06 jul 2023 (Ecclesia) – A Diocese de Vila Real conquistou a 16ª edição do campeonato de futsal para padres portugueses, a ‘Clericus Cup’ 2023., após vencer esta quarta-feira, em Mangualde, a equipa Braga 1 (Bracara).

“Isto é praticamente uma equipa profissional, não sou brando com eles, que é para depois vermos resultados, tem de haver disciplina. Aqui dentro deixam de ser padres”, disse o treinador da equipa tetracampeã, Paulo Gonçalves, antigo atleta de alta competição de futsal, à Rádio Renascença.

A final da 16.ª edição do ‘Clericus Cup’ acabou com uma vitória da equipa de Vila Real, por 5-1.

O torneio de futsal juntou padres de várias dioceses portuguesas, de segunda a quarta-feira, com oito equipas – Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Lamego/Viseu/Guarda e a participação dos Vicentinos/Alentejo -, em Mangualde, na Diocese de Viseu.

A Diocese de Vila Real tem o jogador que é considerado o ‘Cristiano Ronaldo’ dos sacerdotes, o padre André Meireles, o qual afirma que a sua “missão em campo é fazer golos”, e tem sido “sempre” dos melhores marcadores, como no 15.º Europeu de Futsal para padres, na Roménia, onde foi “o melhor marcador” da seleção portuguesa, vice-campeã.

“Procuro ajudar a equipa, naquilo que melhor sei fazer, a minha posição também ajuda, tenho um bom remate e finalizo bem, os factos falam por si”, assinalou o sacerdote, de 32 anos.

Para o padre André Meireles os treinos podiam ser mais frequentes, mas “a realidade pastoral, às vezes, não permite”, por isso, também faz cardio e participa nas maratonas de futsal na sua zona – é pároco de Cela, Moreiras, Nogueira da Montanha, Santa Leocádia e São Julião de Montenegro, no Arciprestado do Alto Tâmega.

Os sacerdotes da Diocese de Vila Real encontram-se todas as quintas-feiras, num “convívio” para além do futsal, como explicou o padre Ivo Coelho, que percorre 75 quilómetros para assegurar o serviço pastoral nas paróquias.

“Quando estamos a jogar tudo é esquecido. Sempre gostei de jogar”, assinalou o sacerdote de 39 anos, que destacou a iniciativa ‘Passa a bola, passa o amor’, dinamizada nas escolas locais.

“Sempre há aquele preconceito de sermos padres, velhos e barrigudos, e é uma forma de chegarmos aos mais novos, estarmos num recreio com os miúdos, passar a bola, é passar o amor, chegar aos jovens e às escolas”, acrescentou Ivo Coelho.

O árbitro Mateus Martins, 20 anos, viveu “uma experiência nova”, arbitrando um jogo de padres, que considerou “muito tranquilos e respeitosos”.

“Eles estão aqui para se divertir e tirar uma folga. Se todos os jogos fossem com padres, era muito calmo. Ouvimos muito dos jogadores, mas com os senhores padres não ouvimos nada, não contestam os lances nem fazem pressão, reclamam uma vez e fica decidido”, disse o jovem à emissora católica.

Antes da final da 16.ª edição do ‘Clericus Cup – Portugal’ a Diocese de Vila Real venceu Viana do Castelo (3-0) nas meias-finais, enquanto a equipa Braga 1 (Bracara), da Arquidiocese de Braga, ganhou ao Porto (6-5); Viana do Castelo ficou em 3.º lugar, seguida do Porto.

CB/OC

Foto: Clericus Cup – Portugal

O torneio de futsal realizou-se em Mangualde, no Pavilhão Municipal de Mangualde e no Gimnodesportivo da Escola Secundária Felismina Alcântara (ESFA), contando também com momentos culturais e de celebração.

O padre Marco Cabral, natural de Mangualde, fez à RR um balanço positivo desta 16ª edição – “tudo aconteceu como programado, são todos muito fortes” -, com algumas preocupações pelo futuro da competição, que também são partilhadas pelo treinador de Vila Real.

“Está a acontecer no futsal o que aconteceu com os seminários. Cada diocese não tinha o número suficiente de alunos para ter o seu próprio seminário, temos o mesmo problema no futsal”, explicou o pároco de Canas de Senhorim e Santar.

Já Paulo Gonçalves, 49 anos de idade, considera que o torneio de padres portugueses “é para acabar”, porque “os sacerdotes agora formados, não estão virados para o desporto”.

“Acho que esta é a última geração, ficam mais velhos, têm lesões”, acrescentou o treinador da equipa de futsal da Diocese de Vila Real.

Da Arquidiocese de Braga, o padre Domingos Machado, 54 anos de idade, sacerdote há 29 anos, afirma que o mais importante é “gostarem de futebol”, foi a idade que “o levou a ir para a baliza”, mas enquanto conseguir vai participar na competição: “É uma forma de descontrairmos um bocado e estarmos com os nossos colegas”.

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