Igreja/Sociedade: Bispo de Angra afirmou que o mundo e as comunidades «necessitam de líderes de comunhão»

«Ao abraçar o poder transformador do Espírito Santo, somos chamados a viver em fraternidade e a trabalhar para construir uma sociedade mais harmoniosa» – D. Armando Esteves Domingues

Ponta Delgada, Açores, 06 jul 2023 (Ecclesia) – O bispo de Angra disse esta quarta-feira que “o mundo e as comunidades necessitam de líderes de comunhão”, falando na conferência inaugural da 20ª edição das Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, promovidas pelo município local.

“O mundo e as nossas comunidades necessitam de líderes de comunhão, isto é, de pessoas convencidas e decididas, certamente também enérgicas, mas também capazes de privilegiar o nós em detrimento do eu, que suscitem o consenso, que invertam a tendência de competitividade e encontrem tempo e espaço para todos também para os mais frágeis e sobretudo para estes. Com este tipo de líder surgem os talentos de todos”, indicou D. Armando Esteves Domingues.

As Festas do Espírito Santo de Ponta Delgada, uma organização do município local, decorrem até domingo.

O bispo de Angra inaugurou a 20ª edição com a conferência ‘A sinodalidade ao serviço da fraternidade humana’, inspirada pelo Espírito Santo, na igreja Matriz de São Sebastião.

D. Armando Esteves Domingues indicou que “só o Espírito Santo” pode ajudar “a converter pastoralmente as paróquias”, para que se tornem lugares onde os leigos assumam as suas responsabilidades pastorais e os sacerdotes “remodelem a sua presença e a sua relação com os outros”, isto é, envolver todos os fiéis para que se sintam “capazes de iniciativas de comunhão”.

O responsável pela diocese insular explicou que sinodalidade “não é buscar uma maioria nas soluções pastorais”, nem é ser “um parlamento ‘católico’”, mas “é algo diferente”: “Não se trata apenas de convergência prática nas escolhas pastorais. É ação do Espírito Santo no coração da Igreja que leva ao discernimento”.

“Hoje, não basta uma vaga solidariedade social e muito menos uma globalização forçada. A pandemia sugere uma categoria inspiradora que direcione a todos para um compromisso. Esta categoria é a da pertença recíproca e responsabilidade recíproca capazes de fraternidade e que não admita assimetrias”, referiu.

Na sua conferência, enviada à Agência ECCLESIA, o bispo de Angra afirmou que o testemunho de uma vida transformada pelo Espírito Santo “pode inspirar outros a viverem em fraternidade”, a preocuparem-se com as necessidades dos outros e a envolverem-se em “ações que promovam a justiça, a paz e a solidariedade”.

Se a sinodalidade for o estilo de vida das comunidades será como uma escola de cidadania ativa e respeitadora de pessoas e bens. Será um dom para a Igreja, para a sociedade e potenciará os dons que cada um recebeu para os colocar ao serviço do bem comum”.

As Festas do Espírito Santo de Ponta Delgada, com uma programação religiosa, cultural e festiva, são uma organização da Câmara Municipal da maior cidade açoriana, iniciada em parceria com várias “forças vivas” do concelho, como a Associação Cultural de São José, escuteiros, Irmandades do Espírito Santo e Igreja.

D. Armando Esteves Domingues afirmou que “é do interesse de todos proteger e dar força a esta forma de religiosidade popular tão açoriana, tão única no país e no mundo”.

CB/OC

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