Igreja denuncia violência contra os povos indígenas no Brasil

60 assassinatos registados no último ano

O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), organismo da Igreja Católica no Brasil, denunciou centenas de casos de violência contra os povos indígenas no país, em 2009, incluindo 60 assassinatos.

Os dados são apresentados no relatório anual sobre esta temática, apresentado na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília.

No ano de 2009 foram registados 60 assassinatos de indígenas, número igual a 2008. Mais uma vez a grande maioria dos casos – 33 – ocorreu no estado de Mato Grosso do Sul, sendo que todas as vítimas pertenciam ao povo Guarani Kaiowá.

No ano passado, foram registados 133 casos de violência provocados pela “omissão do poder público”. 41 pessoas morreram por falta de assistência médica e houve 13 vítimas de atropelamento.

O presidente do CIMI, D. Erwin Krautler, ressaltou que o objectivo do relatório não é dizer se a violência contra os indígenas aumentou ou diminuiu, mas mostrar que a violência existe.

“Não se trata de estatística, porque nosso relacionamento é pessoal com esta gente”, disse o prelado, que tem sido ameaçado de morte por causa do seu empenho nesta causa.

A antropóloga Lúcia Rangel, coordenadora do relatório, considera que estes dados “não são números que possam ser trabalhados estatisticamente”.

“Nos últimos dez anos podemos falar de aumento de violência contra o património indígena, assassinatos, suicídio”, destacou.

Segundo o CIMI, os conflitos pela posse da terra são a origem da violência contra os indígenas.

D. Erwin Krautler fala em “frustração” perante a política do actual governo federal, afirmando que “a causa indígena ficou em 13.º plano”.

O relatório teve como fontes relatos dos missionários do CIMI e também dados divulgados pela imprensa.

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