D. António Francisco dos Santos apela à solidariedade dos católicos para com quem vive «tempos difíceis»
Porto, 23 nov 2014 (Ecclesia) – O bispo do Porto criticou hoje na catedral diocesana os que pretendem recuperar “benefícios” esquecendo quem ainda sofre as consequências da crise económica e social.
“Nos tempos difíceis em que vivemos, somos confrontados com quem, dominado pela ambição sem escrúpulos, quer recuperar benefícios perdidos, esquecendo-se dos que não têm nada, dos que procuram trabalho e não encontram, dos que abertos ao dom da vida, querem educar os seus filhos com dignidade e não conseguem”, declarou D. António Francisco dos Santos, na homilia da Missa da solenidade litúrgica de Cristo-Rei.
O prelado apresentou uma reflexão sobre a “realeza de Jesus Cristo”, que se traduz “na ternura sem limites e na misericórdia infinita de Deus que restaura a ordem destruída pelo pecado e faz triunfar o bem sobre o mal e a vida sobre a morte”.
“A solidariedade com quem tem fome e sede, com os estrangeiros e com os sem-abrigo, sem pão, sem teto e sem liberdade é o critério de cidadania deste Reino, uma cidadania de acolhimento e de serviço a que Jesus Cristo preside”, precisou.
D. António Francisco dos Santos desafiou os católicos a assumirem os “os critérios da repartição solidária dos bens” apresentados por Jesus Cristo para que possam dar “uma atenção muito especial aos mais frágeis”.
“A causa de Deus vincula-se definitivamente à causa dos seres humanos”, precisou.
O bispo do Porto recordou, por outro lado, os cristãos que são perseguidos em todo o mundo, em particular as mais recentes vítimas de um atentado no Quénia.
“Nos tempos difíceis em que vivemos, somos surpreendidos pelo sofrimento de tantos povos sem paz e sem liberdade, dolorosamente atingidos no direito de liberdade religiosa e de expressão da sua fé, concretamente da sua fé em Cristo. Tantos cristãos têm pago com a própria vida a afirmação crente do seu viver, como ontem [sábado] aconteceu na África, no Quénia”, lamentou.
OC